Ambientalistas e agronegócio divergem sobre metas que o governo brasileiro deve ratificar na COP 26

País pretende confirmar na COP 26, em Glasgow, na Escócia, que pretende eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030

  • Por Jovem Pan
  • 17/10/2021 10h35
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Divulgação/PF Árvores sendo desmatadas; pedaços de troncos cortados no chão O ambientalista João Paulo Capobianco e o nsultor de Meio Ambiente da Confederação Nacional da Agricultura, Rodrigo Justus, debateram no 'Quem Tem Razão'

Ambientalistas e agronegócio divergem sobre metas que o governo brasileiro deve ratificar na Conferência do Clima, em novembro. O país pretende confirmar na COP 26, em Glasgow, na Escócia, que pretende eliminar o desmatamento ilegal até 2030. A Conferência reunirá líderes mundiais e será marcada por pressões em favor da redução dos gases do efeito estufa. Em debate no programa “Quem Tem Razão”, o ambientalista João Paulo Capobianco chamou a gestão brasileira de irresponsável. “O Brasil avança de forma absolutamente irresponsável na gestão ambiental e se utiliza disso para criar barreiras econômicas. A questão que nós temos que ver é os fatos da realidade. O Brasil está cumprindo as suas metas? Metas que o próprio país assumiu de forma voluntária?”, questionou.

Para o João Paulo Capobianco, o Brasil não cumpre as metas estipuladas. Em contraponto, o consultor de Meio Ambiente da Confederação Nacional da Agricultura, Rodrigo Justus, diz que o setor atende as regras. “A questão do desmatamento depende de regularização fundiária e da presença do Estado. Do ponto de vista de cumprimento de metas do setor agropecuário, nós cumprimos. Nós cumprimos todas as metas de plantio direto, de redução de metano na pecuária, fixação biológica de nitrogênio. Nós somos preocupados com a melhora e adequação de tecnologia”, afirmou. O consultor da CNA, Rodrigo Justos, cita a Amazônia e destaca que o uso dos recursos naturais tem de ser sustentável.  O biólogo João Paulo Capobianco alerta para a seca no Brasil, o que prejudica ainda mais o meio ambiente. “Com o atraso das chuvas, nós tivemos solos expostos, muito secos, por causa do sol muito forte também, que ficaram suscetíveis a ser carreados por ventos, criando um problema que não é novo”, explicou.

Para João Paulo Capobianco, as práticas agrícolas no Brasil devem ser melhor implementadas. Já o consultor de Meio Ambiente da CNA, Rodrigo Justus, avalia que o problema é o desmatamento ilegal. “Embora tenhamos a ocorrência de situações em que não se usa, ainda, o plantio direto e, então, entra a questão do financiamento e da adaptação. Veja que aquele que faz plantio direto, que é plantar em cima da palha, em um período de seca, depois de crescer uma lavoura, ela vai aguentar muito mais tempo porque ela perde menos água, tem menos insolação. Então nós defendemos a utilização integral desses mecanismos. Agora a questão do desmatamento ilegal em si precisa ser resolvida”, argumentou. Rodrigo Justus reitera que o Código Florestal aprovado no país tem o apoio da maioria no setor. A meta do Brasil é reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa para 37%, em 2025, e 43%, em 2030.

*Com informações da repórter Karla Sanchez

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