Pastagem é o principal uso do solo brasileiro, diz levantamento do MapBiomas
Bioma com maior percentual da vegetação utilizada para a alimentação do gado é a Mata Atlântica, com 25,7% de ocupação
Segundo levantamento do MapBiomas, a pastagem é o principal uso do solo brasileiro, com 154 milhões de hectares ocupados. Esse número equivale a quase todo o Estado do Amazonas ou a 6,2 Estados de São Paulo. Entre os anos 2000 e 2020, dados de satélite mostram que as áreas de degradação reduziram de 70% para 53% nos últimos 20 anos. O coordenador do levantamento do MapBiomas, Laerte Ferreira, apontou que desde os anos 2000 houve um aumento significativo da área de pastagem, que passou a ter outros usos. “É claro que para isso nós precisamos de políticas públicas focadas e bem produzidas. Precisamos de investimentos na recuperação de pastagens, de forma que essas possam fomentar a sua capacidade de suporte e nós possamos intensificar a pecuária. E ainda, sim, vamos ter áreas de pastagens potencialmente disponíveis para outros usos”, afirmou.
O bioma com maior percentual de pastagem é a Mata Atlântica, com 25,7% de ocupação. O Cerrado vem logo em seguida, com 23,7%. O Pará é o Estado com maior área de pastagem, 21,5 milhões de hectares. Em seguida vem Mato Grosso, com 21 milhões e Minas Gerais, que soma 19,3 milhões de hectares. Nas áreas destinadas para pastagem, a área de degradação caiu de 46,3 milhões de hectares em 2000 para 22,1 milhões em 2020, uma redução de 14%. Laerte Ferreira aponta a importância de políticas públicas para a redução das áreas de pastagens degradadas. “A contribuição de políticas públicas, a exemplo do Plano de Agricultura de Baixo Carbono. Tem havido uma preocupação do país com a recuperação de pastagens degradadas. Isso faz parte dos compromissos internacionais do Brasil no que diz respeito às chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas”, disse. O bioma na Amazônia foi o que apresentou maior retração na área de degradação, com 60% e o Cerrado, com 56,4%. De acordo com os dados do MapBiomas, a pastagem cresceu 200% na Amazônia entre 1985 e 2020, acumulando 56,5 milhões de hectares.
*Com informações do repórter João Vitor Rocha
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.