Anfavea rebate Bolsonaro e diz que setor automotivo precisa de competitividade

Afirmação acontece após o presidente atribuir o fim da produção da Ford no Brasil à retirada de incentivos

  • 14/01/2021 07h00 - Atualizado em 14/01/2021 07h57
GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO Lista do presidente incluía Marcelo Crivella, Celso Russomanno, entre outros aliados

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores rebateu nesta quarta-feira,14, a afirmação do presidente Jair Bolsonaro, que atribuiu o fim da produção da Ford no Brasil à retirada de incentivos. Luiz Carlos Moraes afirmou que, em vez de apontar culpados, o país deveria debater como resolver a falta de competitividade da indústria para evitar casos semelhantes ao da montadora americana. Segundo Moraes, nos encontros entre o setor e o governo nos últimos dois anos, não havia pedidos de ajuda, apenas sugestões de medidas para reduzir o chamado “custo Brasil”, para que as empresas de todos os setores possam competir melhor no mercado internacional. No entanto, dados do Ministério da Economia apontam que os subsídio da União ao setor automotivo saltaram de R$1,8 milhões, em 2003, para quase R$7 bilhões em 2019, uma alta de 272%.

Ainda de acordo com o presidente da Anfavea, o setor vem apontando dificuldades em fazer negócios no Brasil e em atrair investidores faz mais de três anos. Um dos desafios, de acordo com o executivo, é alta carga tributária, que encarece a produção local. O setor automotivo tinha capacidade técnica para produzir 5 milhões de veículos ao ano, número que cairá para até 4,7 milhões com as saídas da Ford e também da Mercedes. Ainda assim, o setor vai operar com ociosidade acima de 50%, fato que já era problema desde 2014 e se agravou com a pandemia. Reuniões entre a Anvafea e parlamentares já estão marcadas para tratar de medidas que evitem nova fuga de montadoras do Brasil.

*Com informações da repórter Letícia Santini

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