Anvisa recebe pedido de uso emergencial de remédio para tratamento contra a Covid-19

Nos EUA, a combinação pode ser usada em adultos e crianças acima dos 12 anos, inclusive em idosos e em pessoas com condições médicas crônicas

  • Por Jovem Pan
  • 03/04/2021 07h35
Anvisa/Ascom Sede da Anvisa Agora, a Anvisa vai fazer a triagem dos documentos em 72 horas e terá até 30 dias para avaliar a solicitação

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária recebeu pedido de uso emergencial conjunto dos medicamentos casiri-vimabe e imde-vimabe para tratamento da Covid-19. O pedido foi feito nesta sexta-feira, 2, pela farmacêutica Roche — que entregou 3.626 páginas de dados e informações para análise. Agora, a Anvisa vai fazer a triagem dos documentos em 72 horas e terá até 30 dias para avaliar a solicitação.

O infectologista Renato Kfouri explica que a combinação de remédios serve para tentar neutralizar algumas partes do vírus e impedir que ele evolua. “Ainda não se trata de um produto altamente definida sua eficácia com licenciamento em muitos países, tampouco de uso indiscriminado. Ele fica reservado para alguns momentos da doença, no começo, para pacientes de risco que tem mais chance de evoluir de forma grave. Infelizmente ainda se trata de uma terapia bastante cara.”

Na avaliação, a Anvisa vai utilizar o relatório da autoridade sanitária americana, FDA, que autorizou o uso dos medicamentos para casos leves e moderados da Covid-19 em novembro de 2020. Nos Estados Unidos, a combinação pode ser usada em adultos e crianças acima dos 12 anos, inclusive em idosos e em pessoas com condições médicas crônicas, mas não vale para pacientes já hospitalizados ou que precisem de oxigênio.

Renato Kfouri alerta, no entanto, que o medicamento não serve para tratamento precoce e que precisa ser recomendado por um médico. “Muita gente acha que daqui a pouco quer comprar essa medicações e usar em casa. Faz o diagnóstico, toma corticoide, antibiótico, vermífugo. Esses tratamentos não existem. Fica a recomendação, não há medicação que funcione na prevenção da doença, tampouco nas formas leves. O tratamento precoce não contribui em nada.” No mês passado, a Anvisa aprovou o uso do Remdesivir, da farmacêutica Gilead, contra a Covid-19 — o primeiro registro para um medicamento com uso indicado em bula para tratamento da doença.

*Com informações da repórter Beatriz Manfredini

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