Jovem Pan
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Apesar da pressão internacional, governo descarta adotar ‘passaporte de vacina’

Proibição da entrada de voos brasileiros já havia sido tomada por autoridades do Reino Unido

O governo federal descarta a possibilidade de implementar o chamado ‘passaporte da vacina’ para permitir a circulação de viajantes. Com o ritmo de imunização contra a Covid-19 avançado em outras partes do mundo, o debate já em está discussão no Congresso Nacional, mas é visto com ressalvas por especialistas. Em uma reunião entre representantes dos países que mais recebem turistas, o Brasil foi cobrado sobre a criação de um certificado digital de vacinação para ajudar no começo da liberação de alguns eventos e fronteiras .

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À Jovem Pan, o ministro do turismo, Gilson Machado, afirmou que o governo até estuda a criação de um cadastro de imunizados vinculado ao Ministério da Saúde. Porém, segundo ele, o aplicativo chamado ‘ConcectSus’ será opcional dentro de cada estado e município. “Nós estamos lutando com a Organização Mundial do Turismo, com os centros de controle do fluxo de turistas internacionais para que isso valha no mundo todo, não apenas no Brasil. Quem não quiser não precisa baixar, não precisa tomar vacina, faz o que quiser da tua vida.”

A prática já é uma realidade em alguns países, como Israel e Dinamarca. Na União Europeia, a previsão é que o certificado passe a valer no início do verão. Em março a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a estratégia dos passaportes não é justificada enquanto não houver equidade na vacinação contra o coronavírus. Para o estudante Felipe Menegheti, o certificado pode cercear liberdade das pessoas. “Seria um controle da liberdade da pessoa. Na verdade, eles querem um controle no que acho que seja a liberdade de cada um”, opinou. Já para a comerciante Daiane Chedri, o comprovante servirá como segurança. “Sou a favor, vai ser muito mais seguro as pessoas terem certificado comprovando não ter a doença.”

A infectologista Maria Luiz do Nascimento Moura considera o debate sobre o passaporte da vacina ainda muito precoce. “Até que a gente tenha certeza que as vacinas impedem a transmissão do vírus de forma adequada, ainda é cedo para falar sobre passaporte, sobre a livre circulação de pessoas mesmo que vacinadas”, disse. Medida polêmica, o passaporte da vacina não seria uma novidade. Para viajar a países como África do Sul ou Tailândia, os brasileiros já devem apresentar um certificado internacional de vacinação contra a febre amarela.

*Com informações do repórter Vinicius Moura

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