Apesar de queda nas internações em São Paulo, secretário ressalta que patamares ainda estão altos

Taxa de ocupação de leitos de UTI no município, que passa por uma fase de estabilidade, é de 82%; segundo Edson Aparecido, quantidade de vacinas é muito mais baixa do que a necessária

  • Por Jovem Pan
  • 25/04/2021 11h02 - Atualizado em 26/04/2021 09h14
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JHONY INÁCIO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 21/04/2021 O secretário municipal da Saúde de São Paulo (SP), Edson Aparecido O secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, concedeu entrevista ao Jornal da Manhã

O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, analisou, neste domingo, 25, a queda nos índices relativos ao combate da pandemia do coronavírus no Estado e no município. O Estado de São Paulo teve uma diminuição de 22% no número de mortes por Covid-19 e registrou, pela primeira vez em 48 dias, uma taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) abaixo de 80%.  No sábado, 24, o índice atingiu 78,2% na região metropolitana da capital, conhecida como Grande São Paulo. No Estado, a taxa foi de 79%. Apesar das quedas, o secretário ressalta que os patamares ainda são muito altos. “Nós, desde o dia 3 de abril, estamos em patamares de estabilidade na cidade de São Paulo, com uma leve queda na última semana. Estamos com a cidade com uma taxa de ocupação de leitos de UTI de 82%. Para os leitos de enfermaria, o índice é de 60%. Embora tenha uma estabilidade seguida de uma pequena queda, é um patamar alto”, afirmou Aparecido em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan. Entre as medidas para manter os números, o governo municipal abriu 200 novos leitos na última semana, em parceria com a Uninove. O monitoramento de sintomáticos respiratórios também tem aumentado em todo o município, com a testagem dos indivíduos.

Na cidade, a vacinação contra a Covid-19 está na faixa etária dos idosos de 64 anos. Na próxima quinta-feira, 29, começarão a ser vacinados idosos de 63 anos. Também estão sendo imunizados os professores e profissionais da saúde acima de 47 anos. No dia 10 de maio, pessoas com comorbidades, transplantados, pacientes renais e pessoas com síndrome de Down receberão a primeira dose do imunizante. “Ao mesmo tempo que avança na vacinação, todo o cuidado em acompanhar o cenário, a média móvel de casos e internações e mortes a cada sete dias é necessário. E com a adesão da população às medidas restritivas, nós podemos ultrapassar essa segunda onda”, disse Edson Aparecido. Segundo o secretário, não faltam doses para vacinar os grupos determinados pela campanha de imunização, mas a quantidade é muito mais baixa do que a necessária. “Nós temos uma estrutura, capilaridade, condições, insumos e equipamentos profissionais para fazer uma vacinação em massa. Nós não temos a vacina. Nós temos em uma quantidade muito restrita”, aponta.

Em relação às críticas recebidas pela abertura considerada prematura, o secretário enfatizou que São Paulo passa por uma situação muito particular de conurbação. “Não adiantaria tomarmos medidas mais radicais de isolamento na cidade, porque o processo de convívio de uma pessoa que mora em São Paulo, trabalha no ABC e estuda em outra cidade é de uma movimentação contínua”, exemplifica. “De qualquer maneira, eu acho que a redução desses números nos últimos dias são importantes e nos permite que, de forma muito gradual, a gente vá abrindo o comércio.” Neste sábado, 24, foi autorizada a reabertura de restaurantes, atividades culturais e academias. A autorização faz parte da fase de transição, criada pelo governo para liberar a operação de setores da economia até o final de abril. “Já em meses anteriores, esses segmentos foram muitos exigentes e respeitosos às medidas sanitárias, nos ajudaram muito a conter excessos, inclusive a denunciar aqueles que, dentro do mesmo setor, não obedeciam essas medidas. Nós acreditamos que novamente a postura será séria e correta. A grande preocupação se mantém ainda naquelas festas clandestinas que se espalham por toda a cidade”, argumentou Aparecido.

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