Após invasão do parlamento, Equador decreta toque de recolher
O presidente do Equador, Lenín Moreno, decretou toque de recolher noturno nas áreas próximas a prédios públicos. A decisão foi tomada nesta terça-feira (8), após manifestantes, na maioria indígenas, invadirem o prédio da Assembleia Nacional. Eles empunhavam bandeiras e gritavam palavras de ordem.
O governo equatoriano explicou, em um comunicado, que o toque de recolher restringe a liberdade de locomoção perto de sedes de organizações do Estado. O Comando Conjunto das Forças Armadas também poderá definir outros locais para aplicar a medida, que está valendo entre as 20 horas e as 5 horas.
Os protestos no Equador começaram há seis dias e têm se intensificado ainda mais. Ontem, os manifestantes entraram em confronto com a polícia, que usou bombas de efeito moral para dispersar a multidão.
Na noite desta segunda-feira (7), Moreno anunciou a transferência da sede do governo de Quito para Guayaquil, onde os protestos não têm a mesma proporção que na capital.
Equador x Venezuela
Ainda nesta terça-feira (8), ele se pronunciou a respeito da situação do país e provocou Nicolás Maduro, acusando o chavista de incitar a desordem no país vizinho juntamente com o ex-presidente equatoriano Rafael Correa.
O pronunciamento de Moreno teve apoio de seis países sul-americanos. Em nota publicada no site do Itamaraty, os governos de Argentina, Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Paraguai e Peru também acusam Maduro de tentar “desestabilizar a democracia equatoriana”.
O chavista respondeu, ironizando o presidente equatoriano, dizendo que a possibilidade de um plano venezuelano de desestabilizar o Equador é tão implausível quanto dizer que ele pode derrubar governos simplesmente movendo o bigode.
Protestos
Os indígenas, além de somarem 25% da população do Equador, têm atuado de forma contundente nos protestos. Os movimentos e sindicatos do grupo se mobilizam desde 1990 para reivindicar, sobretudo, igualdade de oportunidades e demarcação de terras.
Desta vez, os protestos no país começaram quando o presidente anunciou o corte de subsídios a combustíveis para conter o déficit fiscal no país. A suspensão levou ao aumento dos preços de produtos básicos de bens de consumo, gerando revolta na população equatoriana.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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