Após morte da mãe, filhos que denunciaram conduta médica no MS deverão pagar multa

Edivânia e Evandro relataram a falta de atendimento no Facebook; a atitude rendeu um processo por danos morais

  • Por Jovem Pan
  • 08/12/2020 07h43 - Atualizado em 08/12/2020 07h53
Reprodução No início de junho, a Maria do Carmo deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento Leblon, em Campo Grande; após horas aguardando a transferência para um hospital, a idosa não resistiu e morreu no local

No início de junho, a Maria do Carmo, de 71 anos, deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento Leblon, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, com quadro de infarto. Após ficar horas aguardando a transferência para um hospital, a idosa não resistiu e morreu no local. De acordo com os filhos, Edivânia e Evandro, o médico responsável pelo atendimento teria dificultado a transferência para uma unidade hospitalar com mais recursos. A principal acusação dos irmãos é que a internação não ocorreu porque o profissional se negou a mandar a imagem do eletrocardiograma solicitada para que a remoção fosse autorizada. “Eu tenho a consciência que se ela fosse para o hospital ela poderia morrer no hospital, não sou tão incompressível. Ela poderia ter morrido no hospital, mas eu queria que ela tivesse todas as chances de atendimento médico para que ela tivesse pelo menos uma chance de sobreviver e isso foi tirado dela bem no início, bem no começo, ela não teve essa chance. Então essa é a minha revolta.”

A defesa do médico informou que não havia nenhum meio de transmissão de informações, como um scanner ou um celular, para o envio da imagem. Inconformados, os filhos de Maria do Carmo relataram o caso no Facebook, expondo inclusive o nome e o número de registro do profissional. A atitude acabou rendendo um processo por danos morais e multa de R$ 10 mil contra Edivânia e Evandro. O advogado do médico, David Frizz, diz entender a tristeza dos irmãos, mas afirma que as redes sociais não são o local apropriado para fazer os questionamentos e apontar culpados. “Vai até a uma delegacia, pede para abrir uma investigação criminal por possível omissão de socorro, vai até a Prefeitura, vai até o CRM. Usar a rede social para citar que o médico é um assassinato é muito grave e foge do bom senso”, disse. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que “as unidades de urgência e emergência dispunham de um aparelho celular exclusivo de uso dos servidores para contato com a Coordenadoria de Urgência e a Central de Regulação”. O documento afirma ainda que “a Secretaria Municipal de Saúde tem buscado investir na estruturação das unidades de saúde para suprir uma eventual necessidade de equipamentos que, em sua maioria, encontravam-se obsoletos”.

*Com informações da repórter Letícia Santini 

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