Após quase dois anos, CPI da Chapecoense retoma trabalhos e pede ajuda do governo

Senadores defendem maior atuação do presidente Jair Bolsonaro e criticam descaso com a investigação: ‘Se fosse o Flamengo, não seria assim’; acidente completa cinco anos em 29 de novembro

  • Por Jovem Pan
  • 19/11/2021 06h54 - Atualizado em 19/11/2021 08h37
Edilson Rodrigues/Agência Senado Senador Jorginho Mello em sessão da CPI da Covid-19 Presidente da CPI, senador Jorginho Mello quer uma atuação mais forte do ministro das Relações Exteriores, Carlos França

A CPI da Chapecoense no Senado Federal retomou os trabalhos e pede a ajuda do governo para destravar as indenizações. Entre os integrantes do colegiado, o sentimento é que o governo federal deve ter uma participação mais ativa. O senador Jorge Kajuru (Podemos) pede que o presidente Jair Bolsonaro se empenhe pessoalmente em favor das famílias das vítimas. “O presidente da República deveria agir. Para mim, o caso da Chapecoense é um caso de governo, é um caso de Justiça”, afirmou. A oitiva do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, por exemplo, foi pedida porque a estatal firmou o contrato com a Tokio Marine Seguradora que, segundo os senadores, insiste em não cumprir as suas obrigações contratuais. Havia ainda um requerimento para a convocação do presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, mas foi retirado da pauta depois que a estatal se comprometer em enviar à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) informações sobre seus contratos com a seguradora multinacional.

O senador Esperidião Amin (PP) acredita que não estão dando atenção devida ao caso. “Se fosse o Flamengo, longe de mim praguejar, certamente não seria assim. O presidente da República, o presidente da Petrobras e da Caixa podem, perfeitamente, considerar suspeitos e negar a participação em licitação de quem é indiferente com um negócio desse e faz olhar de paisagem”, ressaltou. O presidente da CPI, senador Jorginho Mello (PL), quer uma atuação mais forte do ministro das Relações Exteriores, Carlos França. “As empresas brasileiras vão ter que nos ajudar, isso tem que ser um assunto de governo. Precisamos ter esse entendimento por parte desses órgãos”, defendeu.

A CPI  sobre o acidente ainda vai convocar, entre outras pessoas, a presidente da Liberty Seguros e o presidente da Tokio Marine. O prazo para a conclusão dos trabalhos termina em abril de 2022. O acidente completa cinco anos em 29 de novembro, quando o avião levando a delegação da Chapecoense, jornalista e convidados caiu na Colômbia por falta de combustível. Na tragédia, 71 pessoas morreram. Apenas seis ocupantes sobreviveram ao desastre.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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