Aposentados e pensionistas relatam fraudes no empréstimo consignado

Tema foi discutido em audiência na Câmara dos Deputados, com proposta do governo de implantar um sistema biométrico para comprovar as solicitações

  • Por Jovem Pan
  • 03/07/2021 11h15
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LUCIANO CLAUDINO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO Idoso utiliza máscara durante fila de espera no INSS Segundo a Associação Brasileira do Bancos, os consignados representam quase 36% de todo saldo que é concedido à pessoa física

O governo federal reafirmou nesta sexta-feira, 2, a intenção de implementar um sistema biométrico para comprovar as solicitações de empréstimo consignado. O tema foi discutido em audiência na Câmara dos Deputados. Associações que representam os aposentados reclamam de irregularidades na contratação. Segundo o presidente do INSS, Leonardo Rolim, problemas como assédio aos consumidores, ligações insistentes e contratação de empréstimos não solicitados acontecem com frequência e aumentaram na pandemia. “A gente precisa fazer um trabalho para conter esse assédio. O INSS vem trabalhando nesse sentido, nós temos já há algum tempo uma parceria com a Polícia Federal. A Dataprev desenvolveu um sistema de inteligência artificial que identifica acessos indevidos à nossa rede”, pontuou. A advogada Jane Lúcia cobrou medidas duras para resolver a situação.

“Criar mecanismos melhores de fazer essa aferição. Claro que a gente tem que saber que muitas pessoas são analfabetos digitais, não têm acesso. Mas é melhor fechar do que abrir o acesso, essa é um perspectiva que a gente tem que pensar. Fechar ainda mais, coibir mesmo, fechar o sistema para que não possa ser concedido empréstimo sem que se crie mecanismos de fechar mais esse sistema”, disse. Odebe Muniz, da Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos relatou situações que os idosos passam. “As reclamações que estamos tendo agora, o banco deposita o dinheiro na conta do aposentado ou pensionista sem pedir o financiamento, sem ele pedir nada. Quando ele vê o crédito, a grande maioria não vão procurar saber o porquê aquele dinheiro foi depositado, acaba gastando, quando ele vê acaba aparecendo o desconto nos seus vencimentos.”

O deputado federal Vilson da Fetamg ressaltou que o objetivo não é depreciar o empréstimo consignado. “O que nós pretendemos e lutamos é para lisura de todo o processo. Até porque nós não somos contra o empréstimo consignado, mas que o beneficiário ao fazer, faça com consciência, com clareza, sabendo que estou tomando um recurso, mas que tenho comprometido a minha parte do meu benefício X e que vou pagar Y”, pontuou. O sistema do empréstimo consignado é autorregulado. Segundo a Associação Brasileira do Bancos, os consignados representam quase 36% de todo saldo que é concedido à pessoa física.

*Com informações da repórter Letícia Santini

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