Arrecadação apresenta queda de quase 7% em 2020, pior resultado em 10 anos

Mesmo com recuo, Paulo Guedes lembrou que a expectativa do mercado era para ‘resultados muito piores’

  • Por Jovem Pan
  • 26/01/2021 08h16 - Atualizado em 26/01/2021 10h14
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo Ministro da Economia afirma que redução dos impostos para pessoas físicas e empresas será recomposta pela taxação de dividendos O ministro da economia, Paulo Guedes, classificou o resultado como excelente, lembrando que é preciso levar em consideração o cenário atual e a expectativa do mercado

O governo minimiza o recuo de 6,91% na arrecadação de impostos no país em 2020, que foi de quase R$ 1,5 trilhão. Esse foi o pior resultado nos últimos 10 anos, principalmente, em razão dos gastos com a Covid-19. O ministro da economia, Paulo Guedes, classificou o resultado como excelente, lembrando que é preciso levar em consideração o cenário atual e a expectativa do mercado, que era de um resultado muito pior. “A queda de arrecadação foi bem abaixo do que estava previsto no início do ano pelos economistas brasileiros, pelas agências que acompanham a situação brasileira, pelos órgãos internacionais. Todo mundo previa resultados muito piores do que os resultados que vieram”, disse o chefe da pasta.

Houve queda em vários setores da economia, como a produção industrial, a venda de bens e serviços e as importações, enquanto que entre os optantes pelo Simples houve aumento na arrecadação de 2019 para 2020. Mesmo assim, o governo acabou tendo que abrir mão de parte da receita para socorrer alguns setores e ainda adiou a compra de tributos. Neste último caso, o ministro Paulo Guedes explicou que de R$ 85 bilhões apenas R$ 8 bilhões deixaram de ser pagos no ano passado. Agora em 2021, o secretário da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, também se mostra otimista com o aquecimento da arrecadação. “Há uma perspectiva positiva para o PIB em 2021 e arrecadação de 2021 deve acompanhar esse indicador e ter um resultado positivo em relação a 2020″, disse.

Nesta segunda-feira, 25, seguindo recomendação da equipe econômica do governo, o presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que não há espaço no orçamento para renovar pagamento do auxílio emergencial. “A palavra é emergencial, o que é emergencial? Não é duradouro, não é vitalício, não é aposentadoria. Lamento, muita gente passando necessidade. A nossa capacidade de endividamento está no limite”, afirmou a apoiadores. O ministro Paulo Guedes lembrou que nesta semana deve ser anunciado os resultados do Caged, que é o cadastro de empregados e empregados no país e vai mostrar, segundo ele, que o Brasil praticamente não perdeu vagas de emprego formal em 2020, apesar também de não ter gerado novas colocações.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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