Arthur Lira busca aliados de Maia por vitória maior ainda no primeiro turno

Em entrevista à Jovem Pan, Lira criticou oposição contra ele marcada pela união de partidos com pautas diferentes e desejo de tirar Jair Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 30/01/2021 07h36
Luis Macedo/Câmara dos Deputados Arthur Lira é o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira tenta se eleger presidente da Câmara dos Deputados

Às vésperas da eleição à presidência da Câmara, marcada para segunda-feira, 1, o deputado Arthur Lira, do PP, tenta atrair mais partidos para o seu bloco. O principal alvo da vez é o DEM, legenda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. O DEM faz parte do bloco de Baleia Rossi, do MDB, cuja candidatura foi costurada por Maia. Mas o partido está cada vez mais dividido e hoje não há clareza de uma maioria pró-Baleia na bancada, formada por 31 deputados. Articuladores do governo tentam coletar assinaturas para que seja possível migrar de grupo. Para isso, o governo conta com a ajuda de dois ministros que têm mandato de deputados federais e vão ser exonerados só para votar na segunda-feira: o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

O movimento representaria uma derrota pessoal para Rodrigo Maia. Em entrevista à Jovem Pan, Arthur Lira disse que espera acabar com o “personalismo” imposto pelo atual presidente da Câmara. “Nós vamos acabar com essa anomalia da política brasileira de que para todo o ato do executivo o presidente da Câmara tenha que estar com o microfone na mão dizendo ‘eu pauto, meu não pauto, eu faço, eu deixo de fazer’. Não serei eu, seremos nós. As lideranças partidárias, os deputados, as comissões, que nos posicionaremos. E aí a Câmara falará. Caso as movimentações no DEM tenham sucesso, o partido repetirá o PSL, que estava no bloco de Baleia e passou a apoiar Lira oficialmente. Outra legenda com movimento semelhante é o Solidariedade, que tem 14 deputados.

Falando à Jovem Pan, Arthur Lira criticou o bloco em torno de Baleia Rossi, composto também por partidos de oposição. “É um bloco que a gente pode batizar de ‘bloco da paralisação, porque tem um partido que defende privatização do estado menor e tem um partido que é contra a privatização. Tem compromisso de desestabilizar nosso sistema sem pautas determinadas”, afirmou. Aliados de Arthur Lira veem uma eventual adesão de outros partidos ao bloco quase como uma garantia de vitória na votação do dia primeiro. O deputado já é apontado como favorito à disputa e tem como objetivo vencer no primeiro turno. Para isso, vai precisar de metade dos votos mais um entre os parlamentares presentes. Caso haja segundo turno, vence quem obtiver maioria simples.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

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