Bandidos se passam por agentes do Ministério da Saúde para aplicar golpes

Levantamento aponta que mais de cinco milhões de brasileiros foram vítimas de clonagem do WhatsApp em 2020; nova versão do crime inclui perguntas sobre a Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 17/06/2021 08h00 - Atualizado em 17/06/2021 10h05
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Marcelo Casall Jr/Agência Brasil Especialistas recomendam atenção ao usar o celular em ambientes abertos ou com grande concentração de pessoas Caso tenha a conta clonada, a recomendação é contatar o suporte do aplicativo, informar amigos e familiares e registrar um boletim de ocorrência

O golpe da clonagem do Whatsapp é conhecido: os bandidos querem o código do aplicativo para ter acesso a conta pessoal da vitima. A forma como eles fazem pra conseguir isso é que vem mudando. Agora, os criminosos se passam por agentes do Sistema Único de Saúde (SUS) e, com a desculpa de que realizam uma pesquisa, fazem várias perguntas e conseguem com que a pessoa compartilhe o código. O psicólogo João Carlos Messias foi vítima. Coincidentemente, ele havia feito cadastro no site do governo de São Paulo para se vacinar um dia antes e forneceu o número do celular, por isso pareceu bastante real. “Ficou impressionante assim o nível de profissionalismo, então fez perguntas muito pertinentes, com conteúdo de alto nível. Perguntou se eu tinha tido contato com alguém e eu tinha tido, se eu tinha feito algum exame, e eu tinha feito, se tinha reagente, se não tinha reagente. Então, assim, era uma coisa que estava muito dentro do contexto”, disse. De posse da conta de João, os bandidos pediram dinheiro aos contatos, mas felizmente ninguém acreditou e não houve prejuízo.

Embora seja usado pelos criminosos para golpe, o estudo do Ministério da Saúde é real e recebe o nome de Pesquisa de Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil. A intenção é entender a incidência da doença nas diferentes regiões do país. Ao todo, 274 cidades que estão incluídas e mais de 210 mil brasileiros que serão entrevistados por telefone. Os selecionados serão contatados ainda até o dia 10 de julho, mas fique atento, os agentes não pedem para que você compartilhe qualquer espécie de código. Essa inclusive é a primeira orientação do analista de segurança Fábio Assolini : não forneça dígitos recebidos por SMS da plataforma Whatsapp para outras pessoas. Outra dica é ativar a verificação em duas etapas no celular.

“Você vai encontrar essa opção lá dentro da conta, ao ativar a verificação em duas etapas. Nessa ativação você vai informar um e-mail seu pessoal e vai criar um código numérico de seis dígitos. Regularmente o Whatsapp vai perguntar para você esse código e não muda, é sempre o mesmo código. isso é importante porque caso você venha a cair em um golpe, o golpista não sabe esse segundo código”, explicou. Caso tenha a conta clonada, a recomendação é contatar o suporte do aplicativo, informar amigos e familiares e registrar um boletim de ocorrência. Segundo levantamento de uma empresa de segurança digital, em 2020, mais de 5 milhões de brasileiros foram vítimas de crimes de clonagem do WhatsApp.

*Com informações da repórter Carolina Abelin

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