Barroso e Moraes defendem voto obrigatório para ‘neutralizar radicalismo’

No entanto, o presidente do TSE projeta a possibilidade do voto facultativo no Brasil para ‘algum lugar no futuro’

  • Por Jovem Pan
  • 08/12/2020 06h07 - Atualizado em 08/12/2020 08h30
NEWTON MENEZES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO O ministro Luís Roberto Barroso frisou que o voto é importante para a democracia

Os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso defenderam a obrigatoriedade do voto no Brasil. Em um evento remoto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o balanço das eleições municipais de 2020, os dois magistrados classificaram o voto obrigatório como fundamental para neutralizar o radicalismo. Para eles, diante do cenário de pandemia, o comparecimento às urnas foi expressivo, apesar das abstenções. O presidente do TSE disse que o voto no país ficou “praticamente facultativo” porque as consequências para quem se abstém são “pequenas”. Mas Barroso projetou o voto facultativo no Brasil para um futuro. “Na prática,  o voto já é substancialmente facultativo no Brasil pelas baixas implicações da ausência. Porém, não disse em momento algum que achava que no Brasil atual se deveria implantar o voto facultativo. Acho que é um modelo ideal para algum lugar no futuro, mas no momento ainda precisamos do voto obrigatório para evitar que se deslegitime a democracia brasileira por uma abstenção muito grande.”

O ministro Luís Roberto Barroso frisou que o voto é importante para a democracia. Na mesma linha do colega, Alexandre de Moraes afirmou que acabar com o voto obrigatório poderia “polarizar o radicalismo”. “Radicalismo esse que, lamentavelmente, vivemos no Brasil de uns tempos para cá”, disse. O ministro ressaltou ainda que a presença do eleitor é importante, mesmo que para votar nulo ou em branco, porque, segundo o ministro, isso seria uma sinalização para os políticos de que é necessário uma ” renovação”.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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