Bolsonaro defende atuação de Pazuello em Manaus; Wajngarten culpa general por falta de vacinas

Presidente destaca que o trabalho do governo federal no Amazonas foi ‘muito bem feito’, embora reconheça a gravidade da crise na região: ‘Chocou a todos nós’

  • Por Jovem Pan
  • 23/04/2021 07h08 - Atualizado em 23/04/2021 10h06
Isac Nóbrega/PR O presidente Jair Bolsonaro segura a mão do ex-ministro Eduardo Pazuello A atuação do governo federal na região e, especialmente de Pazuello, estará no centro das atenções da CPI da Covid-19 no Senado

O presidente Jair Bolsonaro recebe, em Manaus, o título de cidadão do Amazonas. O Estado ainda sofre os traumas do colapso nos hospitais ao ter pacientes de Covid-19 morrendo sufocados por falta de oxigênio.  Durante live nesta quinta-feira, 22, Bolsonaro afirmou que ninguém esperava tamanha crise. O presidente também  defendeu o trabalho do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. “Foi me concedido o título de cidadão manauara, isso é sinal que o nosso trabalho em Manaus, o meu trabalho, do Pazuello como ministro, foi muito bem feito na região. Lamentamos a crise que teve lá, mortes, uma coisa que chocou a todos nós”, disse. A atuação do governo federal na região e, especialmente de Pazuello, estará no centro das atenções da CPI da Covid-19 no Senado. Em entrevista à revista Veja, o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, culpa a equipe coordenada pelo general no Ministério da Saúde como responsável direta pelo atraso da vacinação. Ele cita que o acordo com a Pfizer “não teria avançado por incompetência e ineficiência dos gestores da pasta” e diz que “se a compra tivesse sido efetivada, a vacinação no Brasil poderia ter começado em dezembro e estaria hoje numa etapa muito mais adiantada.”

Wajngarten, porém, exime o presidente de qualquer responsabilidade. Segundo ele, “Bolsonaro sempre se preocupou com todos os lados da crise e sempre disse que compraria as vacinas quando elas fossem aprovadas pelos órgãos sanitários’.  Integrantes da CPI da Covid-19 já avaliam convocar Fabio Wajngarten para depor. Nesta quinta, o senador Eduardo Girão, candidato à presidência do colegiado, propôs um plano alternativo de trabalho. Aliado do governo, o parlamentar enfatiza que a comissão deve ser “ampla, justa e independente”. “Acreditamos que essa CPI precisa fazer certos questionamentos, chamar certas autoridades, sempre dando direito do contraditório, da ampla defesa, sem pré-julgamentos. Mas chamar algumas autoridades do Brasil, tanto do governo federal, como do Ministério Público para que a gente possa ver questões estaduais de verbas”, disse. Ele sugere que o ministro do Supremo, Marco Aurélio Mello, e o médico Ricardo Zimerman, defensor do tratamento precoce contra o coronavírus, sejam chamados para testemunhar. A primeira reunião da comissão está marcada para terça-feira, quando serão definidos o presidente e o relator.

*Com informações da repórter Letícia Santini

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