Bolsonaro deve demonstrar solidez de políticas sustentáveis na ONU, dizem especialistas

Analistas acreditam que o presidente irá apostar em um alinhamento a Joe Biden durante o encontro e, por isso, abordará soluções para os problemas climáticos do país

  • Por Jovem Pan
  • 20/09/2021 06h55 - Atualizado em 20/09/2021 12h45
Carlo Allegri/REUTERS O presidente Jair Bolsonaro discursando em frente a microfone na Assembleia Geral da ONU em 2019 Assim como foi em 2019, o presidente Jair Bolsonaro fará o discurso presencialmente

Esta será a primeira Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) com Joe Biden como presidente dos Estados Unidos. A expectativa é que o democrata inclua nas discussões o tema das mudanças climáticas, uma das principais bandeiras do atual governo americano. A abertura tradicionalmente é feita pelo presidente do Brasil. Assim como foi em 2019, no primeiro ano de governo, o presidente Jair Bolsonaro fará o discurso presencialmente. O chefe do Executivo brasileiro já adiantou que vai defender o chamado marco temporal das demarcações indígenas, tese criticada por especialistas. Apesar das pressões dos Estados Unidos em relação à questão ambiental no Brasil, o professor de relações internacionais da ESPM Alexandre Uehara aposta num alinhamento maior de Bolsonaro a Biden durante o encontro. “Uma política mais ambientalmente amigável de desenvolvimento sustentável. Dessa forma, Bolsonaro vai procurar melhorar perante os outros líderes mundiais, porque ele está com uma imagem bastante desgastada internacionalmente falando”, prevê Uehara.

O professor de relações internacionais da FMU Manuel Furriela acredita que a crise econômica causada pela pandemia será um tema central da fala de Jair Bolsonaro e que políticas públicas de meio ambiente serão citadas como formas de fortalecer a economia brasileira. “A pauta econômica será reforçada por um discurso de demonstração de solidez de políticas públicas relacionadas ao meio ambiente para, de uma vez por todas, tentar afastar críticas que vez ou outra continuam surgindo sobre esse tema envolvendo o Brasil”, diz o professor da FMU. Furriela também acredita que o presidente deva demonstrar apreensão frente a problemas internacionais como a situação do Afeganistão. Segundo o especialista, é grande a expectativa na comunidade internacional para a aparição do novo representante afegão ligado ao Talibã na Assembleia. “Se vai haver uma negociação direta para buscar uma moderação, o que é o mais indicado no momento, e até que ponto vai se cobrar do Afeganistão, governado agora pelos talibãs, uma postura em relação ao terrorismo internacional”, aponta. Mais de 100 líderes mundiais estarão na sede da ONU em Nova York, mas nomes importantes como Xi Jinping, da China, e Vladimir Putin, da Rússia, falarão virtualmente.

*Com informações do repórter João Vitor Rocha

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