Bolsonaro rebate críticas por fala sobre ‘virar jacaré’ e diz que vacinas só vieram graças ao governo
Presidente volta a insistir que imunização contra a Covid-19 não pode ser obrigatória; crianças começam a receber primeira dose da CoronaVac
Várias capitais já começaram a utilizar os estoques que tem da CoronaVac para imunizar as crianças a partir dos 6 anos de idade. Em Brasília, a vacinação começou no sábado, 22. No caso da CoronaVac, não há calendário por idade. As vacinas da Pfizer, no entanto, estão sendo utilizadas nesse primeiro momento nas crianças de 5 a 11 anos com comorbidades e de 8 a 11 sem qualquer tipo de problema. Em Manaus, a vacinação também já começou. O pequeno Joshua Calebh, de 8 anos, tomou a vacina e defende a necessidade de que mais crianças também recebem sua dose. “É importante para proteger as crianças contra o vírus e essa nova variante. Coleguinha, chame os seus pais para que eles tragam vocês aqui. A vacina não dói. Só dói é esse vírus”, disse o menino.
O presidente Jair Bolsonaro não compartilha muito desse entusiasmo. O chefe do Executivo ainda mostra uma certa resistência quando o assunto é a imunização de crianças. “Nós sempre defendemos a vacina de forma não obrigatória. Quando a Pfizer ofereceu para nós no final de 2019, não tinha para vender. Tanto é que a primeira dose foi aplicada no Reino Unido em dezembro de 2020. No contrato estava escrito: ‘Nós não nos responsabilizamos por efeitos colaterais'”, lembrou Bolsonaro. O presidente ainda se mostrou incomodado com a repercussão negativa de afirmações que foram feitas por ele no passado.
“Quando eu tive falei: ‘Pode virar jacaré’. Isso é uma linguagem, foi uma expressão. Ninguém vai virar jacaré, mas o mundo caiu na minha cabeça. Eu não podia comprar nada onde, em havendo efeitos colaterais, ninguém se responsabilizasse. Daí até que o Congresso aprovou um Lei nesse sentido, me eximiu de culpa. Compramos hoje em dia mais de 400 milhões de doses”, justificou. Segundo o Ministério da Saúde, nós já temos disponíveis no país cerca de 9 milhões de doses da CoronaVac, que poderão ser utilizadas nas crianças. Outras 3 milhões de unidades já estão com os Estados e cerca de 6milhões nos estoques do Ministério da Saúde. Essas vacinas estão disponíveis porque não estão sendo utilizadas na aplicação da dose de reforço.
*Com informações do repórter Luciana Verdolin
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