Bolsonaro trocou segurança antes da reunião ministerial; ato contradiz versão apresentada

  • Por Jovem Pan
  • 16/05/2020 07h28
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Dida Sampaio/Estadão Conteúdo O ministro do STF, Celso de Mello, vai assistir na segunda-feira (18) o vídeo do encontro do dia 22 de abril

Nesta sexta-feira, em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro admitiu pela primeira vez ter falado a palavra “PF” na reunião ministerial. Ele insistiu que as duas letras não equivalem ao termo “Polícia Federal”.

De noite, o Jornal Nacional, da TV Globo, revelou que Jair Bolsonaro promoveu o responsável pela segurança privada dele, o que contradiz a versão apresentada pelo governo ao Supremo.

André Laranja Sá Correa, general de brigada que era diretor do Departamento de Segurança Presidencial, foi promovido a comandante da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada, no Rio Grande do Sul em março deste ano, antes da reunião ministerial de 22 de abril.

Na petição encaminhada ao STF, a AGU transcreveu duas falas do presidente em que ele reclama sobre a impossibilidade de substituir pessoas que cuidam da segurança dele e da família.

Segundo a defesa de Sergio Moro, Bolsonaro se referia à intenção de promover mudanças na PF, especialmente na Superintendência do Rio, foco de interesses da família do presidente.

Vídeo da reunião

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, vai assistir na segunda-feira (18) o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, citada pelo ex-ministro Sergio Moro em depoimento à Polícia Federal.

Com isso, a decisão sobre a liberação total ou parcial da gravação deverá ficar para a próxima semana. O arquivo é peça-chave do inquérito que apura suposta tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro na corporação.

Celso de Mello já tem uma ideia do teor da reunião, mas quer ver a íntegra antes de tomar uma decisão. O procurador-geral da República, Augusto Aras, e o advogado-geral da união se manifestaram pela divulgação parcial da gravação.

Já a defesa do ex-ministro Sergio Moro se diz a favor da liberação integral do conteúdo.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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