Boris Johnson promete ‘revolução industrial verde’ para impulsionar economia no Reino Unido
Plano contém investimentos bilionários em ações que reduzem as emissões de poluentes
Itália e Espanha registraram na terça-feira, 17, novos picos de mortes causadas pela Covid-19. Entre os italianos, 731 pessoas perderam a vida para a doença em apenas 24 horas. Foi o maior número desde abril. Em território espanhol, 435 pessoas morreram por Covid-19 de acordo com a estatística de ontem. A segunda onda continua muito ativa na Europa e os países do continente sabem que as restrições vão continuar ainda por várias semanas. Isso traz um impacto devastador para a economia, como está sendo sentido há meses ao redor do mundo.
O governo britânico anunciou nesta quarta-feira, 18, seu plano para impulsionar a economia através de ações de combate a emergência do clima. Boris Johnson prometeu uma revolução industrial verde com investimentos bilionários em ações que reduzem as emissões de poluentes. O ponto principal do plano dos conservadores é o banimento dos carros novos movidos apenas por combustão a partir de 2030. Os veículos híbridos novos poderão ser vendidos até 2035 — a partir de então gasolina e diesel estarão proibidos nos motores do país.
A Noruega já tem decisão semelhante que proíbe a venda de carros a combustão daqui a menos de cinco anos. A energia nuclear vai receber investimentos robustos com uma nova usina e diversos reatores menores ao redor do país. E até o aquecimento das casas britânicas vai passar por uma alteração profunda. Os sistemas à gás serão proibidos nas construções novas a partir de 2023, favorecendo a tecnologia que utiliza hidrogênio. A expectativa dos conservadores britânicos é gerar até 250 mil empregos com as ações. O plano foi bem recebido, mas alguns ambientalistas afirmam que ele ainda é tímido diante do tamanho do problema trazido pelas mudanças climáticas.
A conferência do clima do ano que vem, a COP-26, será realizada na Inglaterra e o governo tem se esforçado para liderar ações ambientais. Na semana passada, o parlamento britânico aprovou uma lei que proíbe o comércio de vender produtos ligados a destruição da Amazônia. Segundo estudo divulgado na revista Science, um quinto das exportações de soja e carne do Brasil para a União Europeia vêm de terras desmatadas ilegalmente. Por isso, os europeus têm concentrado ações ambientais na produção e no consumo, para tentar frear a emergência do clima enquanto ainda for possível.
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