Buracos tomam conta das ruas de São Paulo e motoristas sentem no bolso

De janeiro a setembro de 2021, cidadãos fizeram mais de 102.900 pedidos de tapa buraco à prefeitura da cidade

  • Por Jovem Pan
  • 15/10/2021 08h33 - Atualizado em 15/10/2021 10h09
Carolina Ercolin/Jovem Pan Carolina Ercolin/Jovem Pan Buracos nas ruas e avenidas prejudicam veículos na capital paulista

Quando começa a temporada de chuva na capital paulista o problema dos buracos nas ruas e avenidas se agrava. O motorista que roda por São Paulo tem notado que eles voltaram a incomodar. Dados da Secretaria de Inovação e Tecnologia da prefeitura de São Paulo apontam que, de janeiro a setembro deste ano, foram feitos mais de 102.900 pedidos de tapa buraco. Em média, são quase 400 por dia. O registro pode ser feito pelos canais digitais: internet, aplicativo ou central telefônica, pelo 156. A prefeitura diz que o tempo para atender esses pedidos é de, em média, uma semana. Há dois anos esse prazo chegava a mais de 100 dias. De acordo com a Secretaria das Subprefeituras, cerca de R$ 20 milhões foram investidos em digitalização e tecnologias que permitem maior controle da manutenção. O número de solicitações de tapa buraco em aberto hoje é de 1.481, considerado pequeno para a capital que já chegou a ter mais de 40 mil pedidos.

O professor de educação física Lucas Suelio diz que em Santo Amaro, na zona sul, onde ele mora, é preciso fazer um verdadeiro zig-zag, para escapar desses verdadeiros obstáculos. “Prejudica bastante o carro, particularmente eu que ando todos os dias com ele. É muito difícil a gente manter o carro assim, toda vez ter que fazer a revisão”, comenta. O taxista Fábio de Oliveira dirige por diversas regiões da capital e observa que o problema está tanto em bairros nobres como na periferia. Ele diz que já perdeu as contas dos prejuízos que teve com o carro por causa dos buracos. “Vários prejuízos, pneus, amortecedor. Quando eles consertam os buracos, vem a temporada de chuvas e os buracos se abrem de novo. Parece que colocam farinha com água no buraco”, critica.

O engenheiro de tráfego Sergio Ejzenberg explica que é normal o pavimento asfáltico desgastar. Por isso a manutenção é tão importante, assim como uma boa drenagem para auxiliar no escoamento de água da chuva. “A gente precisa controlar o problema de água, então uma drenagem boa e manutenção do pavimento antes que ele comece a ficar estragado, antes que ele fique todo craquelado, pele de jacaré, porque se ficar assim e chover a água vai para debaixo do pavimento e vai estragar. Então, tem que fazer a manutenção em tempo hábil, durante a vida útil do pavimento, fazer recapeamento para não deixar estragar”, pontua o engenheiro.

O Secretario da Subprefeituras, Alexandre Modonezi, diz que há um esforço para melhorar a qualidade do material usado nos reparos. “A gente mudou a metodologia. A gente compra hoje uma massa asfáltica de excelente qualidade, os nosso produtos passam por laboratório e também as equipes são treinadas a cada três meses. Nós temos um problema sério que são as concessionárias. Há aquelas que fazem um asfalto de péssima qualidade, que esfarela. E é lógico que o cidadão não sabe se isso é a prefeitura ou uma empresa que está fazendo”, explica. Modonezi ressalta que a prefeitura contratou empresas para fiscalizar os trabalhos feitos por concessionarias de serviços públicos, que precisam mexer no asfalto para obras e reparos constantes.

*Com informações da repórter Carolina Abelin

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