Chavistas tomam posse na Assembleia Nacional da Venezuela

Em meio a polêmicas de fraude, o deputado Jorge Rodríguez, ex-vice-presidente e ex-ministro das Comunicações, foi eleito para o comando da Casa

  • Por Jovem Pan
  • 06/01/2021 06h27 - Atualizado em 06/01/2021 06h29
EFE/ Rayner Peña Agora, o chavismo terá 256 das 277 cadeiras da Assembleia Nacional, após os principais partidos de oposição terem se negado a participar da eleição passada

Um mês após as eleições legislativas na Venezuela, que tiveram uma forte abstenção, os deputados chavistas voltaram a ocupar o palácio no centro de Caracas. O dia da posse foi marcado por tensões, com o regime de Nicolás Maduro e a oposição promovendo duas sessões simultâneas. Os novos congressistas assumiram oficialmente as funções durante uma sessão na sede do Parlamento. Já os oposicionistas, que comandavam o órgão até então, realizaram uma sessão online para reeleger Juan Guaidó ao comando da Casa, em uma tentativa de ampliar os mandatos até a realização de eleições presidenciais e parlamentares livres. Guaidó também insiste em levar adiante a proposta de uma Assembleia paralela ao governo de Nicolás Maduro.

Nesta terça-feira, 05, o líder da oposição havia convocado um protesto contra a posse da nova Assembleia Nacional. No entanto, Maduro determinou uma semana de “quarentena radical” no país contra a pandemia, inviabilizando o ato. Agora, o chavismo terá 256 das 277 cadeiras da Assembleia Nacional, após os principais partidos de oposição terem se negado a participar da eleição passada, que classificaram como uma “fraude”. As poucas vagas conquistadas pela oposição correspondem a representantes que tiveram seus cargos indicados pelo Tribunal Supremo de Justiça. O eleito para comandar a Casa foi o deputado Jorge Rodríguez, ex-vice-presidente, ex-ministro das Comunicações e um dos homens mais poderosos do chavismo. Em seu discurso, Rodríguez não poupou ataques a Guaidó e acusou o opositor de desviar verbas doadas pelos Estados Unidos. Juan Guaidó, por sua vez, afirmou que o país tem enfrentado obstáculos, mas que eles continuarão adiante.

Em nota, o Grupo de Lima declarou que a Assembleia Nacional venezuelana é ilegítima, produto de eleições fraudulentas, organizadas pelo regime ilegítimo de Nicolás Maduro. Os 13 países, incluindo o Brasil, reafirmaram o apoio a Juan Guaidó e pediram que a comunidade internacional não reconheça o novo parlamento. Pelas redes sociais, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que o regime de Maduro desrespeitou as “leis eleitorais, o estado de direito, as liberdades fundamentais e a dignidade do povo venezuelano”. Em resposta, o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, acusou o ministro brasileiro de estar mentindo.

*Com informações da repórter Letícia Santini 

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