Com pandemia, quantidade de cirurgias bariátricas despenca no SUS
Em 2021, foram realizadas 1.364 procedimentos; em 2020 foram 4.115 e em 2019 houve 13 mil
Com a pandemia o ritmo das cirurgias bariátricas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) caiu drasticamente. Neste ano, até agosto, foram realizadas 1.364. No ano passado, o número foi de 4.115 e em 2019 houve 13 mil pacientes se submeteram a uma cirurgia bariátrica no país. Fábio Viegas, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, diz que os números também caíram entre os que pagam o plano de saúde. Ainda assim, ele recomenda a criação de uma fila nacional para organizar e monitorar os agendamentos e a realização das cirurgias. “Essa é uma uma das grandes solicitações que nós temos em relação ao Ministério da Saúde, que se crie uma fila nacional, porque hoje o que tem são filas das secretarias estaduais, das secretarias municipais, é uma desorganização muito grande, pacientes saem de São Paulo para operar no Paraná, pacientes saem do Rio de Janeiro pra operar em Minas Geais. Não há um controle do número real de quantos pacientes precisam ser operados no Brasil”, afirma.
O crescimento da obesidade no Brasil foi debatido na semana passada em um congresso no Expotransamérica, em São Paulo. Foram abordados temas como as novas tecnologias para o tratamento de pacientes e como agilizar o atendimento do SUS. Presente no 21º Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o secretário estadual de saúde Jean Gorinchteyn disse que cerca de 5 mil pessoas aguardam na fila em São Paulo pra realizar a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde. Segundo o Ministério da Saúde, quase metade da população brasileira está acima do peso. Os homens representam 52% e entre as mulheres o índice é de 45%.
Patrícia Conceição é cabeleireira e está há 10 anos tentando uma cirurgia bariátrica pelo SUS. Por conta de um câncer e da pandemia, a data foi adiada diversas vezes. Sua família tem histórico de obesidade tanto a mãe como a tia já fizeram a cirurgia. Com a operação remarcada pra janeiro, Patrícia está esperançosa, mas sabe que terá que mudar os hábitos alimentares após o procedimento. “Faz uns uns 10 anos mais ou menos que eu estou esperando, mas sempre para agendar, tem eleição e acaba trocando os médicos. Fazendo a cirurgia, não é um milagre, eu vou ter que ter uma reeducação alimentar, hoje eu entendo que eu vou ter que mudar minha forma de vida”.
*Com informações do repórter Victor Moraes
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