COP26: Nações se comprometem a zerar o desmatamento até 2030
Ações que serão financiadas por um fundo de USD 19 bilhões, que será destinado especialmente para países em desenvolvimento; no Brasil, ministro do meio ambiente anuncia novas metas
Os próximos nove anos prometem ser de empenho do mundo em preservar os ecossistemas do planeta. Pelo menos é o que ficou acordado entre os líderes de 100 países que participam da COP26, a Conferência das Nações Unidas do Clima, que está acontecendo na Escócia. As nações se comprometeram a deter o desmatamento até 2030, com ações que serão financiadas por um fundo de USD 19 bilhões, verba que vai especialmente para países em desenvolvimento. Ao todo, USD 12 bilhões serão doados por países mais ricos, USD 5,3 bilhões de 30 empresas privadas e os outros USD 1,7 bilhões serão específicos para a manutenção de terras indígenas.
O Brasil é signatário desse acordo. Ao mesmo tempo em que as reuniões se sucediam lá em Glasgow, o ministro Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou como o governo federal planeja alcançar a meta estipulada pelo tratado. Segundo ele, a diretriz do governo é reduzir o desmatamento ilegal em 15% entre 2022 e 2024; 40% entre 2025 e 2026 e 50% em 2027. Assim, a proposta é zerar o desmatamento até 2028 e reflorestar 18 milhões de hectares até 2030. Porém, ele não detalhou como isso será feito e quais recursos.
“Não faltará empenho do governo federal para chegarmos a uma resultado positivo para o país e para o mundo. Dessa forma, o Brasil demonstra, mais uma vez, o seu compromisso como parte de um acordo coletivo”, afirmou. A ministra da agricultura, Tereza Cristina, também falou sobre a busca da pasta de introduzir uma produção agropecuária mais sustentável. “A verdade é que temos muitas áreas de pastagens que podem ser utilizadas de maneira mais sustentável. Por isso, revisamos o Plano ABC e lançamos o Plano ABC+ que inaugura uma nova década de incentivos à produção sustentável.”
Organizações ambientais mundial criticaram o prazo do acordo assinado na COP 26, alegando que uma década para estancar o desmatamento seria longo demais. Sobre a atuação do Brasil, o norte-americano John Kerry, enviado especial dos Estados Unidos para as questões climáticas, afirmou no Twitter que está ansioso para trabalhar junto com os brasileiros na agenda ambiental. A ex-ministra do meio ambiente, Marina Silva, também usou as redes sociais para criticar a falta de detalhamento nas ações. Para ela, não há um compromisso no discurso do governo. Em nota, a rede observatório do clima também criticou a falta de dados e disse que os números apresentados se igualam aos propostos pelo governo em 2015 e que o Brasil falhou em não avançar mais nestes anos.
*Com informações da repórter Carolina Abelin
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