CPI da Covid-19 antecipa depoimento de governador do Amazonas
decisão foi tomada pelo presidente da CPI, Omar Aziz, após Wilson Lima ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal
A CPI da Covid-19 no Senado antecipou o depoimento do governador do Amazonas, Wilson Lima. Ele vai depor ao colegiado na próxima quinta-feira, dia 10 de junho. A decisão foi tomada pelo presidente da CPI, Omar Aziz, após o governador ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal que apura os gastos do Amazonas com a pandemia. Preso pela mesma operação da PF, o secretário de Saúde do Estado, Marcellus Campêlo, também iria depor. O vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede), explicou as mudanças na programação.
“Estava na programação da Comissão Parlamentar de Inquérito, inclusive o senhor secretário da saúde do amazonas que hoje foi detido, era um depoente para as próximas semanas. Diante dos notórios acontecimentos de hoje, o presidente Omar decidir antecipar o depoimento. E o depoimento do senhor Wilson Lima nada altera. Lembremos que o Amazonas é fato determinado da Comissão Parlamentar de Inquérito.” O próximo depoimento da CPI da Covid-19 é com o ministro da Saúde Marcelo Queiroga. Ele retornará à comissão um mês após depor pela primeira vez.
Alguns senadores julgam que, na ocasião, o ministro mentiu e omitiu informações. O senador Humberto Costa (PT) listou os principais pontos que devem ser abordados na nova oitiva com Queiroga. “Primeiro nós vamos questionar novamente essa autonomia que ele disse aqui com todas as letras que ele tinha. Segundo, vocês se lembram que quando ele esteve aqui, entrou em muitas contradições, mentiu muitas vezes. E, posteriormente, muitas dessas mentiras foram verificadas, constatadas.” A ala governista da CPI contesta a decisão. O senador Marcos Rogério (DEM) pede que Omar Aziz repense. Para ele, o ideal é ouvir antes governadores e prefeitos.
“Isso é uma clara intromissão, um claro impedimento ao trabalho do Ministro da Saúde. Não há nada que justifique a antecipação da vinda do ministro da Saúde à CPI neste momento. Ainda teremos a oitiva do outros servidores, de governadores. Deixe o ministro da Saúde trabalhar. Fazer o enfrentamento da pandemia. A CPI não pode servir de impedimento ao trabalho do Ministério.” Em depoimento nesta quarta-feira à CPI, a médica Luana Araújo declarou que o Brasil vive na “vanguarda da estupidez” ao ainda discutir tratamento precoce. No dia 12 de maio, a infectologista foi anunciada como secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde. Começou a trabalhar mesmo sem ser nomeada, mas dez dias depois recebeu a notícia que não iria exercer a função. Luana Araújo afirmou que não tem ideia sobre quem a indicou para o Ministério e que desconhece os motivos para não ter sido confirmada no cargo.
*Com informações do repórter Levy Guimarães
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