CPI da Covid-19 ouve nesta quinta vendedor de vacina que denunciou pedido de propina

Luiz Paulo Dominguetti, representante da Davati Medical Supply, afirma ter recebido pedido de propina do ex-diretor Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, durante negociações

  • Por Jovem Pan
  • 01/07/2021 06h51 - Atualizado em 01/07/2021 08h31
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Jefferson Rudy/Agência Senado CPI da Covid-19 A decisão de antecipar a oitiva, prevista inicialmente para esta sexta-feira, foi anunciada pelo presidente da comissão, Omar Aziz

A CPI da Covid-19 recebe nesta quinta-feira, 1º, o representante da Davati Medical Supply no Brasil, Luiz Paulo Dominguetti. Ele disse que teria recebido um pedido de propina do então diretor Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, por um contrato para compra de vacina da AstraZeneca. Dias foi exonerado na terça-feira. A decisão de antecipar a oitiva, prevista inicialmente para esta sexta-feira, foi anunciada pelo presidente da comissão, Omar Aziz. Para o senador, é necessário investigar o tema sem fazer juízo de valor. “Tenho que investigar, não faço juízo de valor e nem prejulgo. O papel nosso é não se alvoroçar, não é achar que encontramos a saída para a crise em uma simples entrevista que uma pessoa dá. Importante é investigar”, afirmou. O senador Marcos Rogério, membro da base do governo, disse que toda denúncia deve ser investigada, mas ressalta a necessidade de ampliação das apurações. “Em uma CPI você tem que ter compromisso com um fato: a busca das evidências, das provas. Sem blindagem, esteja onde estiver a suspeita. Quem está protegendo bandido na CPI é aqueles que não querem votar a favor da convocação de Carlos Gabas, da convocação de secretários estaduais, que estão envolvidos em escândalos de corrupção.”

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, afirmou que pode ter acontecido corrupção nas negociações de compra de vacinas. “É aquela história, pode ter havido o fato aí. A realidade é o seguinte: existe a CGU, a CHU tem que acompanhar essa questão de contrato, acredito que ela fica de olho. Não em contrato de R$ 50 milhões, R$ 60 milhões, mas em contratos grandes ela fica em cima”, disse. O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a CPI da Covid-19 nesta quarta-feira, afirmando que o colegiado é compostos por sete bandidos. “Não vai ser com mentiras ou com CPI integrada por sete bandidos que vão nos tirar daqui. Temos uma missão pela frente, conduzir o destino da nossa nação e zelar pelo bem estar e progresso do nosso povo”, disse. Com a antecipação do depoimento de Luiz Paulo Dominguetti, o empresário Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, que atuou como intermediária nas negociações com o governo federal na compra da Covaxin, vai ser ouvido nesta sexta-feira. Em depoimento à CPI, os irmãos Miranda apontaram indícios de irregularidades no contrato, suspenso pelo Ministério da Saúde.

*Com informações da repórter Camila Yunes 

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