Ministério Público abre investigação criminal para apurar negociações da Covaxin

Inquérito mira suspeitas de irregularidade na compra de doses do imunizante indiano, que totalizaria o valor de R$ 1,6 bilhão

  • Por Giullia Chechia Mazza
  • 30/06/2021 18h50 - Atualizado em 30/06/2021 19h50
KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Frascos da vacina indiana Covaxin são enfileirados A decisão, à qual a Jovem Pan teve acesso, foi emitida pelo procurador da República José Rocha Júnior

O Ministério Público Federal (MPF) determinou nesta quarta-feira, 30, a instauração de uma investigação criminal para apurar possíveis irregularidades nas negociações do governo federal pela compra da vacina indiana contra a Covid-19, a Covaxin. A decisão, à qual a Jovem Pan teve acesso, foi emitida pelo procurador da República José Rocha Júnior. Entre os indícios que serão apurados está o “superfaturamento” de doses, “pressão atípica” para acelerar a importação do imunizante, as acusações de corrupção e eventuais inconsistências no contrato do Ministério da Saúde com a Precisa Medicamentos, que intermediou as negociações.

Assim, na decisão, o MPF alega que a investigação abordará “supostas irregularidades na celebração do Contrato n° 29/2021, pactuado entre a empresa Precisa Medicamentos, cujo sócio-administrador é Francisco Emerson Maximiano, à qual representa no Brasil o laboratório indiano Bharat Biotech, fabricante da vacina contra a Covid-19 Covaxin, com o Ministério da Saúde para entrega de 20 milhões de doses de Covaxin, até 70 dias após a assinatura do contrato em questão”. Na última semana, o imunizante protagonizou os debates na CPI da Covid-19. Por mais que as denúncias tenham adquirido maiores proporções na comissão do Senado, as primeiras suspeitas relacionadas à Covaxin foram levantadas pelo MPF ainda em março. Na ocasião, o servidor Luis Ricardo Miranda alegou em depoimento à procuradora do Distrito Federal, Luciana Loureiro, que sofreu uma “pressão atípica” para acelerar a importação de doses.

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