Debate entre Doria, Eduardo Leite e Virgílio tem troca de acusações e críticas à orçamento secreto

Prévias internas do PSDB para decidir quem será o candidato do partido em 2022 à presidência da República ocorre em 21 de novembro

  • Por Jovem Pan
  • 13/11/2021 09h56
ANTONIO MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO João Doria Governador do Estado de São Paulo, João Doria

O debate interno do PSDB, promovido pelo Jornal Estadão, reuniu os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Os tucanos criticaram as chamadas emendas de relator, barradas por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), decisão que quase impactou a votação da PEC dos precatórios. O primeiro foi João Doria: “É uma prática execrável, condenável. Quero registrar aqui que os sete deputados do PSDB de São Paulo votaram contra, votaram a favor do povo brasileiro e contra essa prática execrável, repito, proposta pelo governo Bolsonaro. Os sete parlamentares de São Paulo orgulham São Paulo, orgulham o PSDB, já que o nosso partido, por decisão da sua executiva é um partido de oposição”, disse Doria. Eduardo Leite também subiu o tom e citou o próprio Dória: “Mas João, é até a oportunidade de saber, tem outros deputados que te apoiam na nossa bancada e que votaram a favor da proposta. Você os considera irresponsáveis e inconsequentes?”, questionou Leite. Em resposta, Doria revidou: “Os três parlamentares do PSDB que você comanda no Rio Grande do Sul votaram com o governo Bolsonaro, aliás vem fazendo isso há vários meses, não é de agora, não é apenas nessa medida. E os três parlamentares que coordenam a sua campanha, respectivamente Aécio Neves, Paulo Abi Ackel e Rodrigo de Castro não só votaram a favor do governo e de Jair Bolsonaro como Rodrigo de Castro orientou os parlamentares para que votassem a favor do governo, a favor desta execrável medida de ruptura do teto de gastos”.

Já o ex-senador Arthur Virgílio criticou o atual momento econômico do país. “Diria que o governo Bolsonaro faz um verdadeiro ataque sistemático ao Plano Real, ele desmonta todas as bases, aos pouquinhos. E eu me decepciono muito com o ministro Guedes nesse campo, eu o admirava muito, já não admiro mais. Ele faz o possível para liquidar com todas as conquistas que o Plano Real proporcionou aos brasileiros. Plantou uma cama enorme para o Lula deitar. Podia ter feito mais reformas e ter feito mais coisas”, disse.

O clima esquentou de vez entre os principais candidatos a presidência da República pelo PSDB quando Eduardo Leite citou o índice de rejeição de João Doria. “É isso que marca a nossa Eduardo. Eu sigo sendo respeitoso a você, mas as minhas decisões são decisões pelo Brasil, para o Brasil e com o Brasil”, comentou Doria. Leite respondeu: “Não é de forma nenhuma ser desrespeitoso chamar a atenção do nosso partido, que vai ter que decidir quem é que vai ser o seu candidato, que onde você governou, a prefeitura de São Paulo, você perdeu a eleição para governador, e que nesse momento você está com uma rejeição muito alta. João, é isso que está acontecendo. Eu não estou discutindo se é justa ou injusta esta rejeição. Mas ela é um fato e ela dificulta para o PSDB se comunicar com a população numa eleição que já tem dois polos extremos que a gente tem que apresentar uma alternativa de sensatez e de razoabilidade”, afirmou Leite. O debate entre os tucanos ficou marcado pelas trocas de farpas. No próximo dia 21 de novembro acontecem as prévias tucanas. Dependendo da situação, pode haver até segundo turno para decidir quem vai representar a legenda em 2022. Doria e Leite buscam intensificar reuniões para garantir votos de deputados e senadores, já que esses votos tem peso maior de decisão.

*Com informações do repórter Maicon Mendes

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