Cresce debate sobre controle de “fake news” e discursos de ódio

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan em Londres
  • 03/02/2018 09h22 - Atualizado em 03/02/2018 09h26
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Creative Commons/Microsiervos redes sociais Após lei mais rígida, Facebook contratou 1200 moderadores alemães para fiscalizar posts nas redes

Um dos principais desafios do mundo atualmente é o combate às notícias falsas e a propagação dos discursos de ódio nas redes sociais. O debate sobre o assunto está forte no Brasil, principalmente por causa do ano eleitoral.

Aqui na Europa não é diferente porque os governos tentam encontrar os limites da internet sem ferir o direito da liberdade de expressão.

Na Alemanha, por exemplo, entrou em vigor na virada do ano uma nova lei que traz punições pesadas para as empresas de internet como Google, Facebook e Twitter.

Agora as empresas podem ser multadas em até 50 milhões de euros se não removerem conteúdo que claramente propaga discurso de ódio e outros tipos de posts até 24 horas depois de serem notificadas.

Logo após a Segunda Guerra Mundial a Alemanha aprovou leis muito rígidas, que incluem até pena de prisão, para tentar combater o discursos racistas e de ataques à minorias. Mahmoud Ahmadinejad e Jair Bolsonaro, por exemplo, teriam sérios problemas com a justiça se fossem alemães.

Mas essas leis não se aplicavam diretamente ao que era dito na internet, o que em tese começou a mudar com a entrada de 2018.

Como resultado, as gigantes de tecnologia já começaram a se adequar a nova legislação e estão investindo pesadamente em formas de moderar o conteúdo que é postado em suas redes. O Facebook, por exemplo, tem hoje 1200 moderadores alemães, o que corresponde a um sexto do total de moderadores da empresa, embora o país não esteja nem no top 10 de usuários da rede social.

Mas isso não quer dizer que a Alemanha esteja liderando as decisões sobre o que pode ou não ser dito nas redes sociais. Dentro do próprio país existem questionamentos sobre a eficácia da nova lei e o quanto ela fere o direito de livre expressão dos cidadãos. É um debate delicado, de fato, mas que precisa ser feito para não deixar que a internet continue sendo terra de ninguém.

Um excelente final de semana a todos os ouvintes do Jornal da Manhã.

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