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Deputadas apresentam projeto para suspender nova portaria do Ministério da Saúde sobre aborto legal

Câmara dos Deputados durante sessão remota

Um grupo de deputadas da Câmara apresentou um novo projeto de decreto legislativo contra a nova portaria do Ministério da Saúde sobre o aborto em casos de estupro. O texto, publicado na quinta-feira, 24, trouxe mudanças em relação à versão de um mês atrás, mas manteve a orientação a profissionais de saúde de informar o caso à polícia, mesmo contra a vontade da vítima. O ponto seria tema de um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, mas foi retirado de pauta. Segundo a promotora de Justiça e Assessora do Núcleo de Gênero, Valéria Scarance, a portaria fere a autonomia da mulher e burocratiza um direito já reconhecido. “Essa nova portaria é inconstitucional, ela fere a dignidade da pessoa e dificulta o acesso a um direto que já existe desde 1940.”

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A portaria editada também exclui a obrigação de a equipe médica informar à vítima a possibilidade de ver o feto por ultrassom. Para a promotora Valéria Scarance, a retirada do artigo foi o único ponto positivo do novo texto. “Imagina para uma criança estuprada, uma mulher estuprada o que é ver um feto produto de um crime. Trata a vítima como se ela fosse a responsável pelo aborto, quando, na verdade, estamos falando de pessoas que estão superando um trauma e as consequências de um crime que não causaram”, afirma. O Conselho Federal de Medicina informou que técnicos analisam a portaria e os impactos para ao exercício da profissão.

*Com informações da repórter Nanny Cox 

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