Deputados do PSL que apoiam Lira estão apenas de passagem e usaram o partido, diz Junior Bozzella

Parlamentar defende eleição Baleia Rossi na Câmara e pede expulsão de colegas por ‘infidelidade partidária’

  • Por Jovem Pan
  • 12/01/2021 09h15 - Atualizado em 12/01/2021 09h18
Reprodução/Facebook Junior Bozzella defendeu apoio a Baleia Rossi e falou sobre a importância de garantir a independência do Legislativo

A disputa pela presidência da Câmara dos Deputados está movimentando lideranças e partidos, que divergem sobre as decisões de apoio. Esse é o caso do Partido Social Liberal, o PSL. Atualmente, há um conflito interno na legenda, já que 32 dos 52 parlamentares do PSL na Câmara assinaram uma lista declarando voto em Arthur Lira, apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro. O posicionamento é considero mais um ato de “infidelidade partidária” e pode, inclusive, levar a expulsão dos parlamentares, defende Junior Bozzella. Para ele, esses deputados “estão apenas de passagem” e usaram do partido durante o período eleitoral. “Deputados não seguem orientação, diretrizes, a doutrina do PSL. Eles não têm espírito partidário, sempre deturparam a imagem do partido. Há dois anos que o partido vive esse processo de conflito interno. Esses deputados tentaram denegrir a imagem do partido e criar um novo partido, que seria o Aliança pelo Brasil“, disse em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.

A possibilidade de expulsão do PSL surgiu após representação, feita pelo próprio Junior Bozzella, para que os parlamentares sejam desligados da legenda. Segundo ele, o voto da eleição para a mesa diretora é apenas mais um episódio de infidelidade partidária, citando outros casos recentes, como o apoio de Eduardo Bolsonaro a candidatos concorrentes do PSL no pleito municipal. “O que não falta são argumentos e elementos que justifique o meu pedido de expulsão para esses deputados. Não tem relação exclusiva com o voto da mesa. Eles tentam denegrir, deturpar a imagem de pessoas, desinformar a sociedade. Então o conjunto da obra levou a minha representação que pede a expulsão”, afirmou. De acordo com Bozzella, 17 deputados já estão suspensos ou sofreram penalizações. Agora, a legenda deve analisar a possibilidade de expulsão em processo interno. “São arruaceiros, hipócritas que usam do partido, do Fundo Partidário, da candidatura para se beneficiar e estão contra o dia a dia do PSL, que é um partido que defende as instituições e democracia brasileira.”

Ainda durante a entrevista, Junior Bozzella defendeu apoio a Baleia Rossi e falou sobre a importância de garantir a independência do Legislativo. Para ele, um possível alinhamento do governo federal com a presidência da Câmara dos Deputados, o que deve acontecer caso Arthur Lira seja eleito, será nocivo para os cofres públicos. “Imagina você pegar um parlamentar que tem um histórico de ações penais que sempre estão em curso e todo o sistema, que é comandado pela milícia digital e pelo poder o Palácio do Planalto, colocando a faca no pescoço”, disse. Segundo Junior Bozzella, a história mostra que “quem interferiu na eleição do parlamento o resultado foi impeachment“, alertando que não há justificativas “morais” para o que ele chamou de “cooptação deputados” pelo Palácio do Planalto.

“Eu voto 90% são a favor do governo, as minhas apostas são extremamente claras, o governo nunca precisou se preocupar, acho vexatório, acho extremamente citado, nocivo para os cofres públicos você ter o parlamento, o palácio central em uma eleição”, afirmou, defendendo a necessidade que o presidente da Câmara seja uma figura de independência política. Para Bozzella, o interesse do governo em apoiar Lira é “ter um presidente refém”. “A gente sabe o interesse do governo é colocar a faca no pescoço do parlamento brasileiro, é ter um presidente da Câmara que ele possa fazer de refém a qualquer custo para ajoelhar o parlamento. Como fica a harmonia e a independência entre os poderes?”, questionou.

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