Desastres climáticos causaram prejuízo de R$ 50,5 bilhões ao Brasil em 2023
Somente neste ano já foram 3.340 decretos de situação de emergência ou calamidade, além de 5,8 milhões de brasileiros diretamente afetados
Os prejuízos causados por desastres naturais no Brasil chegaram a R$ 50,5 bilhões, aponta o levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). As chuvas foram os fenômenos com maior impacto e custaram aos brasileiros cerca de R$ 19 bilhões. Em 2023, foram 3.340 decretos de situação de emergência ou calamidade, além de 5,8 milhões de brasileiros diretamente afetados. O número de fenômenos climáticos tem se intensificado ao longo dos anos, o que aumentou o volume de prejuízos. Em 2020, as perdas foram de R$ 15 bilhões, em 2021, de R$ 40,6 bilhões, e em 2022, de R$ 26 bilhões. No setor privado, os setores mais impactados foram agricultura, com uma perda de R$ 3 bilhões, comércios locais (R$ 780 milhões), indústria (R$ 688 milhões) e pecuária (R$ 340 milhões). Na seara agrícola, a emergência climática global traz muitas incertezas aos produtores, como explica o analista de agro, Leandro Bovo, em entrevista à Jovem Pan News.
“Você não consegue prevenir uma temporada de chuva muito maior ou menor do que o esperado. O que dá para fazer é tentar mitigar financeiramente os efeitos que esses problemas climáticos trazem através de seguros que vão tentar repor qualquer prejuízo financeiro decorrente de uma condição climática mais adversa”, explicou. O analista afirma que, no entanto, os seguros rurais não são tão acessíveis.
Por décadas, a humanidade tem acelerado o fenômeno do aquecimento global, o que intensifica os fenômenos climáticos, causando catástrofes. Neste sentido, é fundamental reduzir os efeitos do aquecimento com a redução do desmatamento e da emissão de gases estufa, como o CO2 e o metano, o que é selado em acordos internacionais. O coordenador-geral de pesquisa e desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), José Marengo, ressalta que os desafios são complexos e que o assunto infelizmente ainda não é prioridade: “O clima está ficando muito irregular. E essa irregularidade está afetando todas as atividades humanas, incluindo agricultura, saúde, segurança hídrica, alimentar e energética”. O alerta é reiterado pelo levantamento da CNM, que destacou ainda as perdas humanas. Entre janeiro e setembro, foram 139 óbitos relacionados a desastres climáticos registrados no país.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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