Doria diz que, a partir de janeiro, PSDB não será mais do muro: ‘Vamos ter posições mais audaciosas’
João Doria, governador eleito em São Paulo, afirmou, em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, que “a partir de janeiro” o seu partido “não será mais o PSDB do muro”.
“A era do muro acabou. Hoje vamos ter posições mais audaciosas, sintonizadas com a expectativa do país. Nada contra o passado do PSDB e seus protagonistas”, disse ao citar nomes como Franco Montoro e Mário Covas. “Mas temos que ouvir as urnas, e elas decretaram que PSDB precisa fazer reavaliação”, completou.
O tucano afirmou que segurança, saúde e geração de empregos serão suas três prioridades nos primeiros 100 dias de governo no Estado. Sem entrar em detalhes, Doria disse que trabalhará para a população e outra prioridade será a composição de sua equipe.
“Com pessoas focadas, capacitadas, ficha limpa, vamos diminuir números de secretarias, extinguir algumas, teremos uma nova, que é a do Interior. Vamos trabalhar digitalmente, não precisa mais fazer cerimônia no Palácio dos Bandeirantes para assinar um contrato. Vamos fazer de forma mais ágil, faremos tudo eletronicamente. Vamos praticar a boa e a nova política. Não vou adotar o toma lá dá cá. Só solicitem a mim o que eu posso atender”, alertou.
Relação com a Alesp
De acordo com Doria, a conversa sobre o comando da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo ainda não foi iniciada, mas ocorrerão conversas com a bancada tucana e partidos coligados.
“Hoje, com os partidos coligados, temos maioria na Assembleia, mas vamos respeitar também o PSL. Vamos ter diálogo com todos, partidos aliados de primeira hora e os de segundo turno. Bom diálogo leva a um bom entendimento”, afirmou.
Presidência em quatro anos?
Eleito neste domingo (28), Doria já foi questionado se sairá como candidato à Presidência da República daqui quatro anos, mas desconversou.
“Estou aqui para ajudar. Ajudar São Paulo e o Brasil. Tive conversa com Jair Bolsonaro. Nos comprometemos a ter conversa para pacificação no Brasil. Não sou da velha política que prefere o quanto pior melhor, prefiro o ‘quanto melhor, melhor’. Nossa visão é de apoiar o Brasil, apoiar Jair Bolsonaro e fazer boa gestão em São Paulo”.
Palácio dos Bandeirantes
O governador eleito disse que, a partir de janeiro, continuará morando em sua residência e não utilizará o Palácio dosa Bandeirantes como moradia oficial.
“Não vou morar lá. Vou morar na minha casa, que comprei com meu dinheiro, viu Lula? O Palácio dos Bandeirantes atenderá de forma administrativa, eventos de ordem do Estado. Aproveito para dizer que os dois outros palácios: o de Verão, no Horto Florestal, será centro cultural votado à área de meio ambiente, será cedido ao setor privado. E o de inverno, em Campos do Jordão, atenderá a população como centro cultural de eventos”, finalizou.
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