Doutores da Alegria se reinventam e criam atividades online na pandemia
Lives e publicações nas redes sociais estão entre as estratégias adotadas pelo grupo durante o período de isolamento
Como fazer humor e arrancar o sorriso de uma criança internada respeitando o distanciamento social e a tristeza trazida pela Covid-19? Essa foi a pergunta que os Doutores da Alegria se fizeram quando a pandemia do coronavírus chegou ao Brasil. Inicialmente, eles suspenderam as atividades nos hospitais em que trabalhavam e pensaram nas novas estratégias que seriam adotadas. Então, decidiram fazer lives e gravar vídeos semanalmente para publicar nas redes sociais. Muitos atores e atrizes tiveram que se adaptar às tecnologias e aprender sobre gravação e edição de vídeos, por exemplo. Para Monique Franco, que interpreta a palhaça Dra. Nina Rosa, estimular a criatividade dentro de casa foi a principal dificuldade. “O mais difícil era ter ideias, fazer ideias, fazer adaptação das nossas ideias para o vídeo, né?! A casa virou tudo, a escolinha da filha, o set de gravação, a mesa de entrevista, que chique, e eu acho que esse grande desafio de fazer tudo caber dentro da sua casa”, conta.
Com a ajuda de doações, os doutores da Alegria distribuíram tablets para os hospitais em que trabalhavam antes da pandemia. Assim, eles conseguiram interagir ao vivo com cada criança internada, como conta o diretor artístico do grupo, Ronaldo Aguiar. “O profissional de saúde virou as pernas do palhaço. O palhaço virou esse quadrado e o profissional de saúde era a pessoa que ia de leito em leito levando o tablet, com todas as medidas”, relata. As crianças receberam muito bem a novidade, segundo a Monique Franco. “A criança está sempre disponível para brincar, então por que não estaria disponível para brincar pela tela, se ela joga video game, faz um monte de coisas?!” Para o diretor artístico, Ronaldo Aguiar, toda essa readaptação teve um lado positivo. Por meio das plataformas digitais, os doutores da Alegria chegaram a mais estados e hospitais. “E a gente conseguiu uma coisa impressionante que foi pessoas do Acre, Amazonas, Tocantins, Paraíba, que a gente não tinha acesso, começaram a se aproximar”, diz. Na opinião de Aguiar, o trabalho online desenvolvido pelo grupo conseguiu democratizar a arte. Por isso, segundo ele, os doutores da Alegria pretendem manter a divulgação dos vídeos online, mesmo depois da pandemia.
*Com informações da repórter Nicole Fusco
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