Eleições 2020: Apenas 12% dos prefeitos eleitos no 1º turno são mulheres

Porto Alegre, Recife, Porto Velho, Aracaju e Rio Branco ainda tem candidatas na disputa no segundo turno

  • Por Jovem Pan
  • 17/11/2020 06h23 - Atualizado em 17/11/2020 10h16
Reprodução / Facebook Nas capitais, a única a vencer no primeiro turno foi Cínthia Ribeiro, do PSDB, reeleita em Palmas

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que apenas 12% dos prefeitos eleitos no primeiro turno das eleições deste ano são mulheres. Uma delas é a Priscila Gambale, do PSD, primeira mulher a ser eleita prefeita de Ferraz de Vasconcelos, na região Metropolitana de São Paulo. Aos 35 anos, Priscila conta que venceu preconceitos e desafios até chegar à vitória. “Tem muitos preconceitos, a política vem com aquele machismo, aqueles homens engravatados, isso que afastou as mulheres. mas agora debatendo mais o que é apolítica pública, como poder estar trazendo recursos, as mulheres estão tendo essa conscientização, estão sendo inspiradas por outras mulheres e tomando coragem de assumir esses cargos públicos.”

Ao todo, 646 candidatas conseguiram se eleger, um aumento tímido de 1,41% em relação ao primeiro turno de 2016. O número de candidaturas também ainda é muito pequeno – neste ano, 2.600 mulheres entraram na disputa por prefeituras de todo país, enquanto os homens somavam mais de 16 mil. Para a professora de Ciência Política da Universidade de Brasília, Danusa Marques, alguns motivos explicam essa discrepância. “O padrão de sucesso ele é o homem branco e rico, e tudo que não se encaixa nisso vai ser subfinanciado, vai ter menos apoio na construção da carreira dentro do partido também. No caminho, as mulheres também levam muitas  desvantagens.

Proporcionalmente, o estado que elegeu mais prefeitas neste ano foi Roraima: dos 14 eleitos no primeiro turno no estado, quatro são mulheres. Já o estado que menos elegeu mulheres foi o Espírito Santo: dos 73 prefeitos eleitos já no primeiro turno, apenas uma mulher. Danusa Marques destaca que a violência de gênero também é um dos fatores que limitam a participação de mulheres na política. “Vai desde um apagamento das mulheres dentro do próprio partido, um subfinanciamento, pressões para transferir o dinheiro para campanha de outro cacique partidário, até violências que chegam ao homicídio. Mulheres sendo assassinadas porque são mulheres na política”, explica. Nas capitais, a única a vencer no primeiro turno foi Cínthia Ribeiro, do PSDB, reeleita em Palmas. Porto Alegre, Recife, Porto Velho, Aracaju e Rio Branco ainda tem candidatas na disputa no segundo turno.

*Com informações da repórter Letícia Santini

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