Por Covid-19, abstenção bate recorde nas eleições de 2020 e fica em cerca de 23%
Apesar da taxa ser considerada histórica, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, avalia que ‘o eleitorado compareceu em massa’; número foi pouco superior aos outros anos, que registrou média de 20%
Influenciado pela pandemia da Covid-19, o primeiro turno das eleições 2020, que ocorreu neste domingo, 15, teve um recorde histórico de abstenção de votos: cerca de 23% do eleitorado, segundo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso. Em 2016, data das últimas eleições municipais, 17,58% deixaram de ir votar no primeiro turno, o equivalente a 25 milhões de brasileiros, e 21,55% no segundo, aproximadamente 7 milhões de eleitores. Em 2018, 20,32% deixaram de ir às urnas e, em 2014, 19,39% no primeiro turno, e 21,10% no segundo. “Em plena pandemia, tivemos um número de abstenções pouco abaixo das outras eleições. O eleitorado compareceu em massa. Esse é um dado muito relevante da data de hoje”, afirmou Barroso. De acordo com dados divulgados neste sábado, 14, pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) o Brasil já soma 165.658 óbitos e 5.848.959 casos confirmados da doença desde o início da pandemia. Ontem, foram confirmadas 921 mortes e 38.307 novos casos. A taxa de letalidade está em 2,8% e a taxa de mortalidade 78,8 por 100 mil habitantes. São Paulo continua no topo dos estados com mais casos, com 1.167.422, e também com mais mortes, 40.549. Os números influenciaram a corrida eleitoral, já que os eleitores infectados com a Covid-19 não puderam sair de casa para votar.
Além do adiamento das eleições municipais, novas regras foram instituídas no País para conter o avanço do coronavírus. Para começar, o horário de votação foi ampliado. As eleições, que antes ocorriam das 8 da manhã às cinco da tarde, este ano começaram uma hora mais cedo: às 7 da manhã. Além disso, pessoas com 60 anos ou mais tiveram prioridade de votação entre 7 e 10 da manhã. A Justiça Eleitoral forneceu aos mesários máscaras e viseiras plásticas – as chamadas face shields –, álcool em gel para uso individual e também para higienização das superfícies e objetos na seção eleitoral. Aos eleitores, também foi disponibilizado álcool em gel para uso antes e depois da votação e foi obrigatório o uso de máscaras nas zonas eleitorais. Se não puder votar, a justificativa deverá ser feita, de preferência, pelo aplicativo e-Título, título de eleitor digital que pode ser baixado no celular.
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