Em ato pelo Dia da Mulher, Bolsonaro diz que únicas duas ministras “valem por 20 homens”
No Brasil, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento nos últimos 12 meses. Para ajudar a combater o problema, o governo lançou a campanha “Salve uma mulher”. A ideia do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos é reforçar a importância de toda a população se posicionar contra os abusos.
No evento de sexta-feira (8), a ministra Damares Alves disse que a nova campanha quer que pessoas que trabalham na área da beleza, como cabeleireiros e manicures, estejam atentas a sinais de violência e aproveitem a confiança das clientes para conversar sobre o assunto e ajudá-las a sair de situações abusivas.
“Treinar manicures pra quando estiverem fazendo a unha das mulheres olhar se não tem uma marca no braço, se essa mulher não está tremendo muito. Treinar o cabeleireiro pra quando ele erguer o cabelo da mulher olhar se não tem uma mancha. No Mato Grosso, quem mais tem identificado a violência contra a mulher são as depiladoras porque elas têm acesso o corpo inteiro”, declarou Damares.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, também participou do evento e falou sobre o acordo de cooperação técnica com o Ministério da Mulher para fortalecer as políticas públicas de combate à violência contra a mulher. Moro disse que deve incentivar o uso de dispositivos eletrônicos que podem ajudar a manter os agressores longe das vítimas.
“[Queremos] disseminar a utilização do chamado botão do pânico, que seria um dispositivo eletrônico para a mulher poder utilizar pra chamar, seja através de app ou dispositivo eletrônico, pra que ela possa também ser avisada da eventual proximidade de um agressor, e poder comunicar rapidamente as forças de segurança”, disse o ministro.
No vídeo da campanha lançada pelo governo, a delegada-chefe da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher do Distrito Federal, Sandra Melo, explica que esse é um problema que atinge todo o brasil.
“Hoje essa violência contra a mulher ela não decorre do desemprego ou das condições sociais dos envolvidos, ela é universal e atinge mulheres e homens de todas as camadas sociais, de todas as idades, graus de escolaridade e raças”, afirma a delegada.
O presidente Jair Bolsonaro também participou da cerimônia em homenagem ao Dia da Mulher no Palácio do Planalto, e falou sobre a diferença no número de homens e mulheres nos ministérios. Dos 22 ministérios atuais, só dois são comandados por mulheres.
“Pela primeira vez, o nome de ministros e ministras está equilibrado em nosso governo. Nós temos 22 ministérios, 20 homens e duas mulheres. Somente um pequeno detalhe, cada uma dessas mulheres que estão aqui equivalem por dez homens”, declarou.
Só neste ano, até o dia 26 de fevereiro, o ligue 180, canal do Governo Federal, recebeu quase 18 mil denúncias de violência contra a mulher.
* Com informações da repórter Mariana Janjácomo
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