Em ato pelo Dia da Mulher, Bolsonaro diz que únicas duas ministras “valem por 20 homens”

  • Por Jovem Pan
  • 09/03/2019 09h55
Marcos Correa/PR "Pela primeira vez, o nome de ministros e ministras está equilibrado em nosso governo", disse o presidente

No Brasil, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento nos últimos 12 meses. Para ajudar a combater o problema, o governo lançou a campanha “Salve uma mulher”. A ideia do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos é reforçar a importância de toda a população se posicionar contra os abusos.

No evento de sexta-feira (8), a ministra Damares Alves disse que a nova campanha quer que pessoas que trabalham na área da beleza, como cabeleireiros e manicures, estejam atentas a sinais de violência e aproveitem a confiança das clientes para conversar sobre o assunto e ajudá-las a sair de situações abusivas.

“Treinar manicures pra quando estiverem fazendo a unha das mulheres olhar se não tem uma marca no braço, se essa mulher não está tremendo muito. Treinar o cabeleireiro pra quando ele erguer o cabelo da mulher olhar se não tem uma mancha. No Mato Grosso, quem mais tem identificado a violência contra a mulher são as depiladoras porque elas têm acesso o corpo inteiro”, declarou Damares.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, também participou do evento e falou sobre o acordo de cooperação técnica com o Ministério da Mulher para fortalecer as políticas públicas de combate à violência contra a mulher. Moro disse que deve incentivar o uso de dispositivos eletrônicos que podem ajudar a manter os agressores longe das vítimas.

“[Queremos] disseminar a utilização do chamado botão do pânico, que seria um dispositivo eletrônico para a mulher poder utilizar pra chamar, seja através de app ou dispositivo eletrônico, pra que ela possa também ser avisada da eventual proximidade de um agressor, e poder comunicar rapidamente as forças de segurança”, disse o ministro.

No vídeo da campanha lançada pelo governo, a delegada-chefe da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher do Distrito Federal, Sandra Melo, explica que esse é um problema que atinge todo o brasil.

“Hoje essa violência contra a mulher ela não decorre do desemprego ou das condições sociais dos envolvidos, ela é universal e atinge mulheres e homens de todas as camadas sociais, de todas as idades, graus de escolaridade e raças”, afirma a delegada.

O presidente Jair Bolsonaro também participou da cerimônia em homenagem ao Dia da Mulher no Palácio do Planalto, e falou sobre a diferença no número de homens e mulheres nos ministérios. Dos 22 ministérios atuais, só dois são comandados por mulheres. 

“Pela primeira vez, o nome de ministros e ministras está equilibrado em nosso governo. Nós temos 22 ministérios, 20 homens e duas mulheres. Somente um pequeno detalhe, cada uma dessas mulheres que estão aqui equivalem por dez homens”, declarou.

Só neste ano, até o dia 26 de fevereiro, o ligue 180, canal do Governo Federal, recebeu quase 18 mil denúncias de violência contra a mulher.

* Com informações da repórter Mariana Janjácomo

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