Em live, Lula chama Dallagnol de fujão após saída da Lava Jato

‘Se ela tiver doente que Deus ajude, porque eu tenho pela filha dele o respeito que ele não teve pelo meu neto, quando morreu com 6 anos de idade’, disse o ex-presidente

  • Por Jovem Pan
  • 05/09/2020 07h58
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Hélvio Romero/Estadão Conteúdo Presidente Lula falando ao micrfone Lula afirmou também não se preocupar com as recentes pesquisas que mostram uma queda na rejeição do presidente Jair Bolsonaro

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, durante entrevista à Revista Fórum nesta sexta-feira, 5, que o procurador Deltan Dallagnol se escondeu atrás de um problema pessoal como justificativa para a saída da Lava Jato. Na terça-feira, o ex-coordenador da força-tarefa em Curitiba anunciou a saída do cargo alegando que precisava de mais tempo com a família devido à doença da filha. Para Lula, Deltan fugiu do posto após denúncias de supostas irregularidades na Operação. “Dallagnol, se esconder atrás da doença de uma menina, da filha dele, para poder justificar a saída. Se ela tiver doente que Deus ajude, porque eu tenho pela filha dele o respeito que ele não teve pelo meu neto, quando morreu com seis anos de idade. Quero que ele saiba disso, mas ele não merece da minha parte o respeito que ele não tem. Não tem caráter, não tem dignidade, é um fujão”, disse.

Lula também disse não se preocupar com as recentes pesquisas que mostram uma queda na rejeição do presidente Jair Bolsonaro. Para o petista, os números são uma fotografia do momento e muita coisa pode mudar. Segundo ele, o auxílio emergencial de R$ 600, prolongado até o final do ano para quatro parcelas de R$ 300, tem contribuído para a atual popularidade do governo. “O Bolsonaro está aprendendo a fazer política que era o que ele dizia que não queria ser. Ele não queria ser, mas quando o calo apertou o que teve que fazer? Procurar o Centrão e tentar construir uma base de sustentação para aprovar uma política de desmonte que ele está fazendo”, afirmou.

Questionado sobre a falta de aliança do PT com siglas de esquerda para as eleições municipais, Lula admitiu a dificuldade do partido em formar uma frente ampla. Porém, para o ex-presidente, não se pode negar o direito de se lançar candidaturas próprias, como a de Jilmar Tatto, para a Prefeitura de São Paulo. Já sobre o pleito presidencial, daqui a dois anos, Lula deixou o futuro em aberto, mas disse que tem como preferência atuar como cabo eleitoral.

* Com informações do repórter Vinicius Moura

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