Em São Paulo, Sistema Cantareira opera com 36,7% da capacidade

Especialistas explicam os efeitos da devastação na Amazônia sobre os mananciais do Sudeste

  • Por Jovem Pan
  • 05/01/2021 08h04 - Atualizado em 05/01/2021 09h56
Vágner Campos/A2 Fotografia Vágner Campos/A2 Fotografia Em dezembro, o Sistema Cantareira chegou a operar perto dos 30%, menor volume registrado para o mês desde 2013

Os próximos meses serão decisivos para garantir o fornecimento de água a milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo. Em dezembro, o Sistema Cantareira chegou a operar perto dos 30%, menor volume registrado para o mês desde 2013, antes da crise hídrica. O volume operacional tem tido leves altas, e nesta segunda-feira, 05, registrava 36,7%. O aumento é explicado pela quantidade de chuvas acima da média no período. Segundo a meteorologista da Somar, Carine Gama, a previsão prevê mais alívio na situação dos reservatórios. “No período do verão teremos chuvas entre a média climatológica e um pouquinho acima da média. Isso favorece o aumento dos índices do Sistema Cantereira, mas segue atenção para o outono e o inverno.”

O professor do departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da USP, José Carlos Mierzwa, afirma que os registros observados mês passado estão dentro do esperado, mas faz um alerta. “Essa questão da água em São Paulo é sempre uma coisa que vamos ter que enfrentar para sempre. Além de nós ficarmos preocupados com as cuva,s temos que mover outras estratégias. Ações para redução do consumo de água, usarem equipamentos economizadores. E o próprio governo desenvolver estratégias de outras fontes de abastecimento.”

Quase metade das chuvas que abastecem São Paulo são geradas pela umidade que vem da Amazônia. De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, Carlos Bocuhy, a devastação da floresta tem sérios efeitos sobre os mananciais no Sudeste. “Essa água proveniente da região amazônica é absorvida pelas regiões do entorno e isso abastece os lençóis de profundidade quando chove e essa água vai para o reservatório ao longo do ano, mesmo quando não chove”, conta. O volume operacional do Sistema Alto Tietê está em 54,7% e do Guarapiranga, em 59,6%.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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