Fábio Trad diz que PEC da imunidade é inoportuna: ‘Brasil está de luto’

Para o deputado federal, o Congresso Nacional e a presidência da República deveriam focar apenas em ações para ampliar a campanha de vacinação contra a Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 27/02/2021 09h56 - Atualizado em 27/02/2021 10h01
Cleia Viana/Câmara dos Deputados O deputado federal Fábio Trad fala durante sessão na Câmara dos Deputados Para Trad, o adiamento da votação da PEC da imunidade parlamentar foi uma "vitória" e uma decisão sensata

O deputado federal Fábio Trad (PSD) considera que a discussão sobre a PEC da imunidade parlamentar é inoportuna. Para ele, nesse momento de aumento de casos, internações e óbitos pela Covid-19, a Câmara dos Deputados, o Senado Federal e a presidência da República deveriam focar em medidas para ampliar a vacinação no Brasil. “O Brasil está de luto, estamos contando os mortos. Quando falamos em 250 mil mortos, estamos falando em 1 milhão de pessoas tristes, angustiadas, porque a média é de quatro pessoas por família. O Brasil está com olhos voltados para o cemitério e para esperança em relação à vacina. Então Câmara, Senado e a Presidência deveriam estar falando a mesma língua: vacina, vacina, vacina. Como apressar a vacinação, como fazer com que mais pessoas sejam vacinadas no menor tempo possível? Não tínhamos tecnologia, logística e sofisticação para vacinar bem? Por que não está sendo aplicada?”

Para Trad, o adiamento da votação da PEC da imunidade parlamentar foi uma vitória e uma decisão sensata do presidência da Câmara, Arthur Lira, considerando a rejeição da proposta pela sociedade brasileira, manifestada nas redes sociais, e de membros do Congresso Nacional. A reação da sociedade brasileira e a decisão do Senado, que divulgou uma manifestação no sentido de que se a PEC fosse aprovada na Câmara, no Senado ela seria submetida a um rito Constitucional, foram fatores determinantes para que o adiamento fosse decidido”, disse em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, neste sábado, 27. Segundo o parlamentar, o encaminhamento da proposta “a toque de caixa” para votação na Casa é fruto de uma reação “emocional, impensada politicamente e imatura” dos líderes. “Uma reação à prisão do deputado Daniel Silveira, que foi chancelada pela Câmara dos Deputados. Não se muda a Constituição como se troca de roupa, nunca se viu uma PEC ser aprovada em menos de 72 horas em nenhum lugar do mundo, a não ser em ditadura. Mas não é o caso do BR. O rito constitucional precisa ser imposto e a decisão de Lira é sensata e prestigia o poder Legislativo.”

Fábio Trad comentou ainda, durante a entrevista, sobre a possível aprovação da reforma tributária nos próximos meses. Segundo ele, embora seja uma proposta “mais madura”, ela deve demandar mais tempo, já que envolve muitos interesses. “Governadores representam os estados, prefeitos os municípios, empresários os grandes conglomerados, todos eles no meio do furacão, cada um lutando pelo seu espaço. Isso vai demandar mais tempo para que a Câmara e o Senado possam decidir, não pensando apenas nesses atores, mas naqueles que sofrem as principais consequências: os contribuintes. Quando aumenta o valor do petróleo, o contribuinte sente o aumento, quando diminui o valor da no mercado internacional não sente a diminuição. Precisamos ter responsabilidade cívica para fazer uma reforma tributária pensando, sobretudo, naquele que mais sofre em relação à carga tributária brasileira.”

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.