Jovem Pan
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‘Falas de Silva e Luna acendem sinal amarelo no setor de óleo e gás’, diz diretor do CBIE

Novo presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires Rodrigues, afirmou que a escolha da nova diretoria da Petrobras e a formação do Conselho, com pessoas de grande capacitação técnica, acabou apaziguando o temor que rondava a estatal após a saída do ex-presidente Roberto Castello Branco. Porém, ele vê coisas que indicam um sinal amarelo. “A foto da posse traz uma simbologia grande. o presidente General Luna e Silva, o ministro Almirante Bento Albuquerque, outros militares. Mostra uma militarização do setor do óleo e gás. Isso é bom? Não sei. Para mim, não. Leva ao passado. Mas vamos ver o que vai acontecer.”

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Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Adriano ressaltou que algumas declaração de Silva e Luna chamaram a atenção. “Ele falou em reduzir a volatilidade do preço dos combustíveis. Isso está ligado ao câmbio e preço do barril, mas não é controlável. É torcer para estabilidade ou queda dos preços e valorização do real para que haja conforto para ele. Quando ele fala de previsibilidade, isso estaria ligado a política de esperar 15 dias, 30 dias para fazer reajustes. Isso cheira intervenção. Se subir muito, politicamente vai ficar difícil aumentar em um percentual elevado.”

“Ele também fala de conciliar interesse dos acionistas com o do consumidor, mas isso não é conciliável. Acionista quer vínculo, consumidor quer preço barato. Ele tem que entender que a função dele é defender interesse dos acionistas. Governo é quem defende interesse do consumidor, define se transfere volatilidade, cria tarifa social para o botijão. Isso se faz por política pública, não usando a Petrobras. A Petrobras precisa continuar tendo autonomia. Bolsonaro fala que não vai interferir, mas diz que o aumento é inadmissível. Isso cria confusão no mercado”, explica o diretor do CBIE.

Para Adriano, a privatização da Petrobras é difícil. Mas, políticas implantadas desde o governo Michel Temer, vão nesta direção de deixar a estatal mais focada em produção de petróleo, na exploração de pré-sal e do desinvestimento na empresa. “Na época do PT, a Petrobras tinha investimento de tudo quanto é lugar e sem ficar preocupado em taxa de retorno. Mas, desde o governo Temer, tem essa preocupação de ‘privatizar’. No governo Bolsonaro também, inclusive vendendo refinaria.” Para ele, só não dá para voltar ao passado. “Usar Petrobras para reduzir inflação, ganhar eleição. A proximidade com o período eleitoral preocupa.”

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