Flexibilização de restrições no Rio de Janeiro preocupa infectologistas
Prefeitura acabou com o toque de recolher das 23 horas às 5 horas da manhã e não limita mais o horário de fechamento de bares e restaurantes
Alguns médicos e infectologistas estão preocupados com as últimas flexibilizações adotadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro. A partir desse final de semana, as praias ficaram totalmente liberadas. A sorte é que não deu sol — foi um final de semana de temperaturas baixas e dias chuvosos. Mas a preocupação fica com relação aos próximos: quando dá sol e a temperatura sobe, a orla do Rio fica completamente cheia. A Prefeitura do Rio de Janeiro também não impõe mais um limite de horário de fechamento de bares, lanchonetes e restaurantes desde que o estabelecimento cumpra as regras sanitárias. Além disso, acabou o toque de recolher que vigorava das 23 horas até 5 horas da manhã. O que continua proibido são as danceterias, boates, grandes eventos com aglomerações, festas sem autorização, rodas de samba e a entrada de ônibus privados de turismo.
A pesquisadora da UFRJ Chrystina Barros está preocupada com essas flexibilizações adotadas pela Prefeitura, até porque o número de casos e óbitos continua muito elevado. “O momento atual é de muita preocupação. Mesmo que alguns dados mostrem alguma tendência na queda de óbitos, que de fato é o indicador que a gente monitora ao fim da linha, temos que lembrar que existe um delay entre as informações. Estamos pilotando o presente com as informações lidas pelo retrovisor. Mas o pior disso tudo é que, um ano e dois meses depois, já temos uma vacina e parece que a sociedade e o governo vivem na euforia. Só que ela não chegou. Ela vai ser eficaz quando chegar no meu braço, mas ela terá efetividade quando atingir a toda uma população.” Na semana passada, o total de casos em um único dia bateu recorde: foram mais de 9 mil. O estoque de casos confirmados ao longo na semana girou em torno de 30 mil registros. O Estado do Rio de Janeiro já caminha para 800 mil casos de Covid-19 ao longo de mais de um ano de pandemia e já tem mais de 46,5 mil óbitos.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga
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