Ganhadores do Nobel da Paz pedem fim da impunidade a agressores sexuais em guerras civis

  • Por Jovem Pan
  • 11/12/2018 07h27 - Atualizado em 11/12/2018 09h00
EFE O ginecologista congolês Denis Mukwege e a iraquiana Nadia Murad também fizeram críticas à comunidade internacional por não resguardar os direitos humanos

Os dois vencedores do prêmio Nobel da Paz pediram o fim da impunidade dos responsáveis por atos de violência sexual em guerras civis.

O ginecologista congolês Denis Mukwege e a iraquiana Nadia Murad também fizeram críticas à comunidade internacional por não resguardar os direitos humanos de pessoas em zonas de conflito.

O médico atua em um hospital atendendo vítimas de abusos sexuais no país, que viveu uma guerra civil entre 1998 e 2003. Apesar do fim do conflito, a situação na República Democrática do Congo ainda é crítica, com o deslocamento de pelo menos 5 mil pessoas por dia.

Durante o discurso, Mukwege pediu que a comunidade internacional imponha sanções políticas contra estados que são coniventes com a violência sexual.

“O povo congolês é humilhado, maltratado e massacrado há mais de 20 anos à luz e conhecimento da comunidade internacional. Com esse prêmio Nobel da Paz, eu peço que mundo se junte a nós para pôr fim a esse sofrimento que envergonha a nossa humanidade”, disse.

O médico também pediu que os estados apoiem a criação de um fundo mundial de assistência às vítimas de violência sexual em áreas de conflito.

A primeira iraquiana a ganhar um Nobel da Paz, Nadia Murad pertence a minoria dos Yazidi, uma comunidade aniquilada pelo Estado Islâmico. Durante o discurso, a sobrevivente disse que o governo do Iraque, do Curdistão e a comunidade internacional não foram capazes de salvá-los do grupo extremista.

Nadia Murad ressaltou que mais de 6 mil crianças e mulheres foram feitas reféns e abusadas sexualmente pelo Estado Islâmico. A iraquiana relatou que meninas são vendidas e estupradas desde 2014 e questionou a falta de mobilização de outros países para liberar as vítimas.

Ela também pediu o fim da impunidade dos responsáveis por estes crimes.

Os conflitos internos na república Democrática do Congo e no Iraque resultaram em mais de 4 milhões de congoleses deslocados e pelo menos 3 mil crianças e mulheres iraquianas desaparecidas.

*Informações da repórter Nanny Cox

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