Girão critica requerimento sobre a Jovem Pan: ‘CPI é usada para perseguição política’

Senador afirmou que espera ‘juízo e bom senso’ dos parlamentares para que pedido de Renan Calheiros seja negado

  • Por Jovem Pan
  • 03/08/2021 09h19 - Atualizado em 03/08/2021 11h09
Pedro França/Agência Senado À bancada, em pronunciamento, senador Eduardo Girão (Podemos) Ele criticou que, até o momento, o ministro da Controladoria-geral da União, Wagner Rosário, ainda não foi chamado para depor

O senador Eduardo Girão, titular da CPI da Covid-19, criticou o requerimento de Renan Calheiros que pede a quebra de sigilo bancário da Jovem Pan. “Se fala tanto em atos antidemocráticos, uma coisa que é tão criticada pelo establishment, que eu acredito que os senadores devam ter um mínimo de juízo agora, na votação desses requerimentos. Alguns são absurdos. Um deles é a queda do sigilo da Jovem Pan, uma empresa séria e que tem contribuído com o trabalho reconhecidamente independente tanto por governistas quanto oposicionistas”, afirmou o parlamentar. A Jovem Pan publicou um comunicado sobre o pedido do senador Renan Calheiros e também abriu os balanços desde 2018 assim como foram publicados no Diário Oficial.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, chamou o requerimento de perseguição. “Não digo isso como político, não. Digo isso como população, como pessoas independentes que querem um Brasil melhor, com a verdade vindo a tona, que sabem do trabalho que vocês vem desenvolvendo. É uma perseguição. A CPI está sendo usada há muito tempo, desde que ela foi instalada, como instrumento de perseguição política. Basta você não concordar com as narrativas que são impostas a fórceps pela cúpula da CPI que você começa a ser perseguido. É um cerceamento da liberdade de imprensa, são as garantias individuais que estão previstas na Constituição que estão sendo vilipendiadas neste momento no Senado Federal. Eu espero que eles tenham um mínimo de juízo e bom senso.”

De acordo com Girão, existe hoje uma “cegueira política” na CPI pelo ódio. “E esse ‘passar de pano’ que alguns veículos de grande mídia estão fazendo colaboram com esse tipo de postura. Sabe aquela coisa de que os fins não justificam o meio? Para mim essa é uma filosofia básica. Está na cara de que o objetivo da CPI é apenas sangrar o governo. Eles não estão preocupados com quem está passando frio, fome, com problemas de saúde. O objetivo é um projeto de poder para o ano que vem. Eles querem antecipar de desgastar o governo. Não justifica o que estão fazendo. Querem tirar o presidente da República? Ano que vem está aí. Eles não estão colocando o Bolsonaro na via crucis, estão colocando o Brasil. Isso é covardia.”

Para o parlamentar, o recesso serviu para análise de documentos. Segundo ele, existem novidades em relação aos escândalos de Estados e municípios. Ele criticou que, até o momento, o ministro da Controladoria-geral da União, Wagner Rosário, ainda não foi chamado para depor. “Ele quer vir aqui na CPI, já foi aprovada pela Comissão a vinda dele. Não tem justificativa não marcarem. Estava na expectativa de que seria nessa semana”, disse Girão. Entretanto, o senador acredita que ainda dá tempo de mudar os rumos e dar seriedade à CPI. “Tem uma frase de Chico Xavier: ‘Embora ninguém possa voltar atrás para iniciar uma nova trajetória, todos nós podemos começar agora a iniciar um novo fim’. Acho que essa CPI e tudo errado que ela fez no primeiro semestre tem chance de corrigir agora, equilibrar um pouco . Deixar o ódio de lado e ir para a técnica.”

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