‘Grupos de interesse atrasam acordo entre UE e Mercosul’, diz Ernesto Araújo

Para o ministro das Relações Exteriores, há uma falta de compreensão sobre a realidade no Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 26/02/2021 11h53 - Atualizado em 26/02/2021 14h56
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José Cruz/Agência Brasil O ministro das Relações Exteriores; Ernesto Araújo Ernesto Araújo pontuou que o governo concorda que haja algum tipo de compromisso adicional para o acordo com a União Europeia, mas disse que é importante que seja algo recíproco

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, defendeu nesta quinta-feira, 25, a flexibilização do Mercosul para que cada nação possa negociar acordos comerciais com outros países de forma independente. O ministro afirmou que o principal objetivo da proposta é tornar o bloco eficiente e competitivo. “Que nos traga os acordos internacionais que nós precisamos. Se isso é possível por meio do Mercosul como bloco, ótimo. Se em alguns casos é melhor trabalhar individualmente, precisamos ver como fazer isso”, disse. Ele apontou ainda que diversos grupos de interesse usam o meio ambiente como pretexto para atrasar a ratificação do acordo comercial com o Mercosul. A homologação ficou estagnada entre os 27 membros da União Europeia, incluindo França e Alemanha, principalmente devido a preocupações pelo desmatamento da Amazônia. Segundo Araújo, há uma falta de compreensão sobre a realidade no Brasil.

“Há, talvez não só na França, mas muito na França, uma falta de compreensão do que é a realidade do Brasil, da agricultura brasileira, do meio ambiente no Brasil. Importante que nenhum país trate as coisas a partir de estereótipos. Muito importante desmistificar essa ideia que o acordo Mercosul e UE contribuiria para destruição da Amazônia”, afirmou. Para desbloquear a aprovação do acordo, a União Europeia propôs no último mês uma declaração conjunta com compromissos de sustentabilidade ambiental, incluindo a redução do desmatamento na Amazônia. Ernesto Araújo pontuou que o governo concorda que haja algum tipo de compromisso adicional, mas disse que é importante que seja algo recíproco e válido para as duas partes, já que não é só o Brasil que tem responsabilidades ambientais.

*Com informações da repórter Letícia Santini

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