PF confirma atuação de Jair Bolsonaro no caso da ‘Abin Paralela’

Polícia Federal finalizou o inquérito sobre o uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência durante o governo do ex-presidente e enviou o relatório ao STF 

  • Por Jovem Pan
  • 17/06/2025 09h20 - Atualizado em 18/06/2025 06h51
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André Coelho/EFE jair-bolsonaro-alexandre-ramagem-andre-coelho-efe-960x540 Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem durante manifestação 

A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sobre a chamada “Abin Paralela” e indiciou nesta terça-feira (17) o vereador Carlos Bolsonaro, e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e Alexandre Ramagem. A investigação, que durou cerca de dois anos, apurou a existência de uma estrutura clandestina dentro da agência para monitorar ilegalmente autoridades, jornalistas e opositores políticos durante o governo Bolsonaro. O relatório final da PF, com mais de 800 páginas, foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) e detalha como um sistema de espionagem operava dentro da Abin. Segundo a investigação, a ferramenta de geolocalização “First Mile” foi utilizada para rastrear a localização de pessoas por meio de seus celulares. O inquérito contou com cinco fases, incluindo a operação “Última Milha”, que teve como alvo principal Alexandre Ramagem.

Além dos dois, mais de 30 pessoas foram indiciadas no relatório, incluindo a atual cúpula da Abin, como o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa e o chefe de gabinete Luiz Carlos Nobrega. Durante a investigação, a PF também apurou uma tentativa de obstrução do inquérito por parte de envolvidos.

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O próximo passo é o STF encaminhar o relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se oferece denúncia contra os indiciados. Caso a denúncia seja aceita pelo STF, os envolvidos se tornarão réus. 

A PF aponta que houve “conluio” entre a atual gestão da Abin e a direção anterior para evitar que monitoramentos ilegais viessem a público. Em outubro de 2023, foi deflagrada pela PF a Operação Última Milha. O nome da operação faz referência ao software “espião” FirstMile. Segundo a investigação, o programa foi utilizado 60 mil vezes pela Abin entre 2019 e 2023, com um pico de acessos em 2020, ano de eleições municipais. Em janeiro de 2024, os endereços de Alexandre Ramagem foram alvos de busca e apreensão na Operação Vigilância Aproximada.

*Com informações de Aline Becketty

*Reportagem produzida com auxílio de IA

 

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