Jean Gorinchteyn fala em fiscalizações ‘mais austeras’ para inibir aglomerações em SP

O secretário da Saúde do Estado de São Paulo defende ‘medidas mais enérgicas para conter a pandemia’ no estado; nesta terça-feira, o governo anunciou a retomara para a Fase Vermelha do Plano SP nos dias 25, 26, 27 de dezembro e nos três primeiros dias de janeiro

  • Por Jovem Pan
  • 23/12/2020 09h11 - Atualizado em 23/12/2020 11h20
MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO O secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, falando ao microfone durante coletiva de imprensa Segundo Gorinchteyn, nas últimas quatro semanas, São Paulo registrou alta de 54% dos casos, 34% nas mortes pela Covid-19 e 13% das internações

O Secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, não descarta a possibilidade de restrições ainda mais severas para minimizar as aglomerações e conter os novos avanços da Covid-19. O estado anunciou nesta terça-feira, 22, a retomada para a Fase Vermelha do Plano São Paulo nos dias 25, 26 e 27 de dezembro, assim como nos dias 1, 2 e 3 de janeiro. Com a medida, apenas estabelecimentos e serviços essenciais podem manter o funcionamento. Ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta quarta-feira, 23, o secretário citou os motivos para o recuo temporário na flexbilização. “Tivemos a experiência anterior, ao longo da pandemia, de estender períodos de feriados, antecipando feriados e criando rodízios municipais de veículos que fizeram com que a taxa de distanciamento social aumentasse. As pessoas ficaram mais em casa e esse é o objetivo, você diminui a circulação de pessoas e a circulação do vírus.”

O infectologista não descarta que as medidas, no entanto, possam se tornar permanentes, caso o aumento de casos, mortes e internações não recue. Segundo Gorinchteyn, nas últimas quatro semanas, São Paulo registrou alta de 54% dos casos, 34% nas mortes pela Covid-19 e 13% das internações, uma acensão que merece ações imediatas. “Qualquer cidade, como aconteceu em Presidente Prudente, que tiver aumento no número de internações e óbitos, imediatamente produziremos uma inflexão e uma recalibragem. Ainda contamos com o apoio dos 645 municípios, das secretarias de saúde, da vigilância sanitária e da própria Polícia Militar, que estarão nos ajudando a implementar fiscalizações mais austeras. Temos que fazer fiscalizações, temos assistido um descaso com o vírus e o coronavírus está realmente bastante circulante, cada vez mais próximo. Precisamos tomar medidas mais enérgicas para conter a pandemia no nosso estado”, explicou.

O secretário da Saúde também lembrou que, embora o Estado determine o recuo e estabeleça as indicações, cabe também aos municípios a responsabilidade pelos cidadãos. “É importante que os municípios, as secretarias, disponibilizem as suas ações para que haja uma proteção [contra a Covid-19]. Nós aumentamos de 200 fiscais para mais e 1000 fiscais, que vão ajudar a combater [aglomerações]. Mas as cidades, por meio dos prefeitos e secretariados, estarão fazendo medidas restritivas de forma impositiva, só assim poderemos evitar as aglomerações.” Jean Gorinchteyn finalizou lembrando que, embora o recuo imponha limitações a serviços considerados não essenciais, como comércios e academias, as restrições são temporárias. “O grande problema é que as pessoas entenderam que a Fase Verde está liberada. Elas começaram a sair da sua forma, sem seguir os ritos e normas sanitárias, sem usar máscara, sem fazer distanciamento. A consequência foi esse incremento de casos. Mas serão três dias intercalados [restrições] com períodos de faseamento. É importante que as restrições sejam estabelecidas para, em um curto período de tempo, fazer esse controle.”

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