‘Jovem Pan seria a primeira emissora que o PT tiraria do ar’, declara Zambelli sobre decisões do TSE
Deputada federal criticou a decisão da Justiça Eleitoral exaltou os protestos e manifestações que surgiram em favor da emissora e de outros veículos que também foram afetados
Desde a última segunda-feira, 17, a Jovem Pan é alvo de uma decisão instituída pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que determina que o grupo de comunicação não pode em sua programação — no rádio, na TV e nas plataformas digitais — falar sobre os fatos envolvendo a condenação do candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para falar sobre a medida e os protestos e manifestações que surgiram em favor da Jovem Pan, e de outros veículos que também foram afetados, o Jornal da Manhã convidou a deputada Carla Zambelli (PL). A parlamentar se solidarizou com a emissora, lamentou a situação, mas declarou que a mobilização em favor da liberdade é um saldo positivo deste contexto: “Isso está gerando muitos movimentos pró-liberdade, não a liberdade que o outro lado prega. Ou seja, pessoas que até pouco tempo atrás não falavam estão falando. Por exemplo, 150 igrejas estão se pronunciando contra a censura, à favor da liberdade e, inclusive, contra a campanha do Luiz Inácio Lula da Silva. Isso acabou sendo um tiro no pé. Muitos esquerdistas, ou aquele pessoal isentão que fica em cima do muro, disseram não, com o outro lado eu não vou porque eles estão defendendo a censura. Isso acabou pegando mal para a esquerda. No final das contas, a gente sabe que tem muito ônus nessa coisa toda, muita coisa deixando de ser dita. Mas também tem o bônus, que acabou dando um chacoalhão nas pessoas”.
“Se antes da eleição eles estão fazendo isso, imagina se eles tomassem o poder através das eleições. Se estivesse no poder a partir de janeiro, imagina só o que eles fariam. Tenho a clara e absoluta certeza de que a Jovem Pan seria a primeira emissora que eles tirariam do ar. Agora, o que nos espanta é a censura não ser contra a Gazeta do Povo, por exemplo, contra a CNN, empresas que criticam muito o presidente Bolsonaro. Tenho dito à imprensa o seguinte: ‘Imagina se o Lula ganhasse?’. Provavelmente a imprensa teria dos caminhos, ou ela seria censurada, que é o caso da Jovem Pan, ou ela teria que se curvar ao Partidos dos Trabalhadores e só dar boas notícias sobre esse novo governo”, especulou. A parlamentar criticou a ausência de posicionamentos claros contra a censura vindos dos líderes do Congresso Nacional e fez suras críticas ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD): “Acredito que o Lira deve se posicionar ainda nessa semana. No caso do Senado, duvido bastante. Até porque o Rodrigo Pacheco tem se posicionado muito a favor do STF (…) até agora não falou e eu acredito que não vai falar. Não esperem nada do Rodrigo Pacheco nesse sentido porque ele é meio que pau mandado do STF mesmo”.
Zambelli também criticou os jornalistas e emissoras que não se posicionaram contra a decisão do TSE que afeta a Jovem Pan: “É dinheiro, é acordo, é acreditar que o outro lado vai vencer e que com o outro lado eles terão mais oportunidade de ganhar recursos. Mas, principalmente, é porque ainda não bateu lá. A hora que bater lá, com certeza vão dizer que agora tem que dizer alguma coisa. E não deve demorar muito. Eles vão avançar, eles estão dispostos a qualquer coisa para ganhar o poder (…) Quem, nesse momento, diz que não é censura, ou é imbecil, ou também tem rabo preso. Não tem outra explicação, eu não consigo achar outra explicação porque é muito clara a censura, é muito óbvia. Inclusive jornalistas de esquerda já estão admitindo isso”. “Os próprios jornalistas de esquerda que estão admitindo, já estão sofrendo medida do Conselho de Ética do PT para serem expulsos do Partido dos Trabalhadores”, declarou a parlamentar em referência ao acontecido com o comentarista do programa Linha de Frente, Leonardo Grandini, que denunciou a tentativa de sua expulsão pelo partido de Lula. A deputada também comentou a decisão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que se posicionou contra as decisões recentes do TSE.
“É importante que a OAB finalmente acorde, até porque ela deveria ter acordado há muito tempo e acabou acordando muito tarde. É uma das responsáveis por esse desenfreio do Supremo Tribunal Federal frente à liberdade de expressão. Nunca é tarde. Quanto mais gente perceber isso antes da eleição, melhor. Porque realmente eu estou muito preocupada se o Lula ganhar, o que ele vai fazer com todos esses meios de comunicação. Como por exemplo o amigo do Lula, Daniel Ortega, que fechou emissoras lá na Nicarágua”, analisou. Para Zambelli, as 116 inserções que o TSE concedeu à campanha petista dentro dos programas eleitorais de Jair Bolsonaro (PL) na TV e no rádio têm o poder de “furar a bolha”, ao contrário da campanha nas redes sociais: “Com as redes sociais, a gente tem algoritmos que nos impedem de acessar essas pessoas. É onde a gente acessaria essas pessoas para contar o que o presidente Bolsonaro fez, contar as coisas boas que o governo fez pelas mulheres e pela comunidade de pessoas com deficiência, que foram atingidas de forma positiva pelo governo Bolsonaro. Esse tipo de atitude influencia diretamente no que o eleitor pensa”.
A parlamentar também comentou a tática de ataques que a campanha petista tem adotado e, sem citar nomes, fez uma crítica à atuação de André Janones (Avante) nas redes sociais: “Em uma reta final de campanha, por exemplo, o Telegram daquele deputadozinho de Minas Gerais já diz que vai estourar uma bomba a respeito do Bolsonaro na última semana, na quinta-feira provavelmente. Obviamente vai ser outra fake news que a gente não vai ter tempo de reverter até o domingo. Quando a gente tem esse tipo de gente jogando tão baixo contra nós, com tanta falta de ética, as pessoas acabam sendo impactadas. Graças à Deus a gente tem o Whatsapp para poder girar alguns vídeos. Mas, eles com certeza não tem tanto impacto na rede do que teria na televisão aberta. Chegando na casa das pessoas que a gente precisa chegar. Essa guerra está desigual, está injusta e muito covarde. Então eu espero de verdade que a gente possa reverter algumas decisões, apesar de que eu não tenho muita esperança. E que a gente possa convencer as pessoas do melhor nesses últimos dias de campanha”.
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