Justiça rejeita denúncia contra PMs no caso do menino Ítalo, morto em 2016
A Justiça de São Paulo rejeitou a denúncia do Ministério Público contra cinco policiais militares no caso da morte do menino Ítalo, de dez anos. Os PMs foram denunciados por fraude processual e dois deles, Otávio de Marqui e Israel Renan Ribeiro da Silva, também por homicídio.
A juíza do primeiro Tribunal do Júri de São Paulo, Debora Faitarone, entendeu que a denúncia da Promotoria está “divorciada da realidade e isolada nos autos”.
O caso aconteceu em junho de 2016, quando o menino morreu ao ser atingido por um tiro na cabeça após uma perseguição policial no bairro do Morumbi. Ítalo e um colega, de onze anos, furtaram um carro em um condomínio na Vila Andrade, quando foram perseguidos por policiais.
Os PMs não sabiam que os ocupantes do veículo eram duas crianças e alegaram que só atiraram para revidar os tiros disparados.
Um dos policiais disse ter visto um clarão vindo do interior do carro, e atirou em resposta. Na semana passada, o promotor Fernando Bolque declarou que essa versão é descabida.
A promotoria acusou dois policiais de participarem diretamente do assassinato do menino e de terem alterado, junto com outros três PMs, a cena do crime para simular um confronto.
No entanto, a juíza Debora Faitarone afirmou que a perícia realizada pela Polícia Civil e a investigação da Corregedoria da PM concluíram que a ação dos agentes foi legítima.
O advogado Ariel de Castro Alves, coordenador da Comissão da Infância e Juventude do Conselho Estadual dos Direitos Humanos criticou a decisão.
O Ministério Público de São Paulo informou que vai recorrer da decisão.
*Informações da repórter Marcella Lourenzetto
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