Lava Jato acelerou processos anticorrupção na Odebrecht, diz diretora de Conformidade

  • Por Jovem Pan
  • 26/07/2017 06h46 - Atualizado em 26/07/2017 11h55
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EFE / SEBASTIÃO MOREIRA Fachada da sede da Odebrecht em São Paulo - EFE Setenta e sete executivos da organização fecharam acordos de delação premiada, porém, 26 não foram desligados dos cargos que ocupavam

Após acordo de leniência, monitores independentes acompanham atividades da Odebrecht em seis países. O grupo formado por auditores indicados pelas autoridades norte-americanas e pelo Ministério Público Federal deve fiscalizar a organização por três anos.

Entre as atividades que serão desenvolvidas estão entrevistas com diretores, acompanhamento de pagamentos, cadastro de fornecedores, entre outros itens.

Ao todo, 20 monitores vão acompanhar os passos da Odebrecht no Brasil, Venezuela, Panamá, Argentina, República Dominicana e Angola. Os trabalhos tiveram início em fevereiro deste ano e podem ser expandidos para outros países onde a empresa possui negócios.

Setenta e sete executivos da organização fecharam acordos de delação premiada, porém, 26 não foram desligados dos cargos que ocupavam.

A diretora de Conformidade da Odebrecht, Olga Pontes, explicou que eles permanecem na empresa, mas não exercem mais cargos de liderança. “Esses 26 que permanecem na organização têm autorização da Justiça para permanecer e foram considerados pelas autoridades e pela organização Odebrecht como integrantes que têm conhecimento de negócio importante para a sobrevida do negócio. Agora, as autoridades deixaram eles permanecerem com algumas restrições. Eles não podem ser líderes, não podem ocupar cargos executivos, não podem tomar decisões, e serão monitorados”, disse.

Olga Pontes reforçou que os processos anticorrupção começaram a ser implantados em 2013, ainda antes da Lava Jato, mas que foram acelerados após a investigação.

A executiva viu com naturalidade a polêmica envolvendo o Ministério Público Federal, a Controladoria Geral da União e a AGU sobre quem deve fechar os acordos de leniência.

A diretora afirmou ainda que esta é ainda uma situação nova no país, diferente do que ocorre nos Estados Unidos.

Olga Pontes defendeu que no Brasil é mais difícil fazer corrupção do que em outros países e por isso, as propinas a políticos são pagas em paraísos fiscais.

*Informações do repórter Anderson Costa

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