Após liberação do Detran-SP, autoescolas retomam atividades presenciais
Segundo o órgão, desde o mês de julho, cerca de 35 mil alunos utilizaram o ambiente virtual de ensino remoto e 1.300 aulas foram validadas no período
Com a promessa de uma promoção no emprego, o promotor de vendas Edivaldo Dias precisava com urgência da carteira de habilitação no mês de março, justamente quando tudo fechou. “Eu fiz quatro aulas e aí veio a notícia que ia fechar devido a pandemia. Vamos adiante, vamos terminar, vamos conquistar o nosso veículo e, futuramente, Deus colocando nas mãos uma oportunidade vai surgir de novo e vai dar tudo certo”, afirma. Meses depois, na semana passada, o Detran de São Paulo autorizou o retorno das aulas presenciais teóricas para a primeira CNH. A retomada conta com algumas restrições: cada sala está liberada para funcionar com apenas 30% da capacidade máxima de alunos. As aulas virtuais também continuam como opção, no entanto, os alunos reclamam de sobrecarga no sistema, o que levou muita gente a desistir, uma preocupação a mais para o Adriano Gonçalves, proprietário de uma autoescola na capital paulista. “Houve desistências, nós tivemos que devolver dinheiro. Foram vários alunos [desistindo] e a maior dificuldade mesmo, atualmente, é a redução que nós estamos.”
Antes da pandemia, na autoescola do Daniel Paião, os três carros e as duas motos usadas para as aulas rodavam praticamente o dia inteiro, das 7 da manhã às 20h. Atualmente, no entanto, cada um dos veículos não roda mais de duas horas por dia. No local, cada veículo passa por um rigoroso protocolo sanitário a cada vez que é usado por um aluno, a medida de segurança sanitária busca reduzir as chances de contágio pelo coronavírus. “Todos os dias quando acaba o expediente somos obrigados a lavar o carro. No dia seguinte, para iniciar a aula, tem que fazer a higienização com álcool 70 nas partes principais do carro. Além disso, o aluno e o instrutor devem estar de máscara e os vidros 100% abertos”, explica. O Detran informou que está trabalhando para corrigir as falhas no sistema de aulas remotas disponibilizadas aos centros de formação de condutores. Segundo o órgão, desde o mês de julho, cerca de 35 mil alunos utilizaram o ambiente virtual, e 1.300 aulas foram validadas nesse período.
*Com informações da repórter Hanna Beltrão
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